sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Diretor do Ministério da Saúde destaca avanços e ampliações do Agora Tem Especialistas na Bahia

Foto: Divulgação

Da Redação

O diretor do Departamento de Estratégias para a Expansão e Qualificação da Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Rodrigo Oliveira, afirmou, em entrevista ao jornal A Tarde, que o programa Agora Tem Especialistas vive um momento de forte expansão no país e que a Bahia tem se destacado na execução da política. Segundo ele, “o programa logrou vários êxitos em pouco tempo” e já apresenta resultados concretos na ampliação de atendimentos, diagnósticos e parcerias com o setor público e privado.

Desde o lançamento, em maio deste ano, Oliveira destaca que o marco legal foi consolidado com aprovação quase unânime no Congresso e que as principais inovações já estão em operação. Ele ressalta que “217 hospitais já pediram adesão ao crédito financeiro”, mecanismo que permite a troca de dívidas tributárias por serviços especializados, e que “na Bahia, 13 hospitais aderiram, sendo seis já aprovados para iniciar o atendimento”.

Para o diretor, o estado se tornou um exemplo nacional ao ampliar a oferta de cirurgias e diagnósticos, operando com mais de R$ 240 milhões destinados ao programa apenas em 2024. Oliveira cita que a Bahia adotou ações importantes, como a ampliação do funcionamento das policlínicas — que passaram a atender de segunda a segunda — e a utilização de unidades móveis. “Duas carretas da saúde da mulher já estão rodando o estado, e a carreta de oftalmologia iniciará em dezembro em Teixeira de Freitas”, antecipou.

Sobre a adesão do setor privado, Oliveira afirma que as expectativas são “as melhores”. Ele ressalta que, embora o programa seja novo, a compreensão e o engajamento dos hospitais privados avançaram rapidamente. “Temos sinais importantes de forte adesão”, afirma, lembrando que a Bahia poderá contar com R$ 112 milhões anuais em atendimento especializado via crédito financeiro.

As policlínicas estaduais também são apontadas como peças-chave para descentralizar o atendimento especializado. Segundo ele, “a experiência baiana foi fundamental para organizar o processo de financiamento do PAC 3”, permitindo a construção de dezenas de unidades pelo país.

Outro eixo em expansão é o das parcerias com planos de saúde para abatimento de dívidas de ressarcimento ao SUS. Oliveira explica que “toda vez que o SUS atende uma pessoa com plano, cobramos o ressarcimento”, e que agora as operadoras podem quitar essa dívida oferecendo atendimento especializado. Quatro estados já iniciaram essa operação com o Hapvida, e novas propostas estão em análise. Ele afirma que se reuniu com “mais de 15 operadoras nas últimas semanas” e que há grande interesse do setor.

Na atenção primária, o Ministério da Saúde aposta na integração tecnológica. “Mais de 80% das equipes já utilizam prontuário eletrônico”, aponta o diretor. Ele destaca ainda a distribuição de 7 mil kits de telessaúde, sendo 726 para a Bahia, o que deve fortalecer diretamente o cuidado nas Unidades Básicas de Saúde.

A rede federal também terá papel ampliado, sobretudo os hospitais universitários. Oliveira afirma que essas unidades são essenciais no cuidado de alta complexidade, formação de profissionais e ampliação de mutirões, como o “Ebserh em Ação”, cujo próximo ciclo será realizado em 13 de dezembro.

Na oncologia — uma das seis especialidades prioritárias — os esforços estão voltados para diagnóstico rápido e acesso ao tratamento. “Câncer é uma doença tempo-dependente”, disse. O programa acelerará diagnósticos de colo do útero, mama, próstata e estômago, além de reforçar a oferta de radioterapia com a entrega de mais de 120 aceleradores lineares até 2026, sendo nove destinados à Bahia.

“Estamos determinados a fazer tudo o que for possível para reduzir o tempo de espera e dar mais conforto e dignidade ao nosso povo”, concluiu. Ele reforça que o êxito do programa depende da parceria entre governo, municípios, profissionais de saúde e sociedade civil.

14 de novembro de 2025, 11:00

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