quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Famílias das vítimas da Operação Contenção deixam o IML e cobram respostas sobre mortes no Rio

Foto: Joedson Alves/Agência Brasil

Da Redação

As últimas famílias das vítimas da Operação Contenção, deflagrada pelo governo do Estado do Rio de Janeiro no início da semana nos complexos da Penha e do Alemão, zona norte da capital fluminense, começaram a deixar o Instituto Médico Legal (IML), no centro da cidade.

Até esta sexta-feira (31), a Polícia Civil informou que 99 corpos haviam sido identificados. O órgão ainda trabalhava para confirmar a identidade de oito vítimas, de um total de 117 civis mortos durante a operação, que também deixou quatro policiais mortos.

Segundo o balanço da Polícia Civil, 42 mortos tinham mandado de prisão pendente e 78 possuíam envolvimento com o crime. Entre os identificados, 13 eram oriundos de outros estados, como Pará, Bahia, Amazonas, Ceará, Paraíba e Espírito Santo.

Até ontem, 89 corpos já haviam sido liberados para os familiares.

Entre as famílias, o sentimento é de alívio e indignação. Muitas relatam a dificuldade para localizar os parentes e a falta de informações oficiais sobre o que ocorreu durante os confrontos.

Em nota, o governo do Rio de Janeiro justificou a operação como uma medida para conter a expansão do Comando Vermelho, afirmando que as investigações apontavam para um intenso treinamento militar e um grande fluxo financeiro da facção nas áreas.

Segundo o governo, o grupo criminoso movimentava cerca de 10 toneladas de drogas por mês, utilizando os complexos da Penha e do Alemão como centros de abastecimento de armas e entorpecentes.

O governador Cláudio Castro defendeu a ação, destacando o papel da inteligência policial:

“O trabalho de investigação foi adequado. Todos eram perigosos e com ficha criminal. Reforço a importância da integração com outros estados. Em breve, entregaremos relatórios completos às autoridades competentes”, afirmou.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Subprocuradoria-Geral de Direitos Humanos e Proteção à Vítima (SUBDH), acompanha o caso e realiza uma perícia independente sobre as mortes.

Uma equipe de oito profissionais, acompanhada por um promotor de Justiça, atua na liberação dos corpos e coleta de informações no IML.

O governo federal também enviou 20 peritos da Polícia Federal para reforçar as investigações, segundo o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.

A Polícia Civil informou que está concluindo um relatório de inteligência com centenas de páginas, detalhando o perfil dos mortos e o papel estratégico dos complexos dentro da estrutura do Comando Vermelho.

01 de novembro de 2025, 21:30

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