Farmácias viram alvos de bandidos após popularização de Ozempic e Mounjaro

Da Redação
A tentativa de furto de 40 canetas de Ozempic e Wegovy, no último sábado (10), em uma farmácia na Pituba, em Salvador, evidenciou a crescente onda de roubos de medicamentos de alto valor no país. Os produtos, que podem ultrapassar R$ 1.300 por unidade, tornaram-se alvos frequentes de quadrilhas especializadas.
O caso foi registrado após funcionários identificarem movimentação suspeita e acionarem a polícia. Um homem foi detido, enquanto outro suspeito fugiu em uma motocicleta. A 3ª Delegacia Territorial investiga o envolvimento de uma organização criminosa.
Embora desenvolvido para o tratamento do diabetes tipo 2, o Ozempic passou a ser procurado também como supressor de apetite e virou febre nas redes sociais, o que impulsionou sua revenda ilegal. A crescente demanda criou um mercado paralelo e elevou os riscos de segurança para farmácias e clínicas.
Em São Paulo e Minas Gerais, a Polícia Civil também apura ações semelhantes. Segundo a RD Saúde, administradora das redes Drogasil e Droga Raia, os prejuízos com furtos desses medicamentos já ultrapassam R$ 12 milhões.
Entidades do setor, como o Sincofarma, cobram reforço na segurança. Já os conselhos regionais e federal de farmácia alertam para os riscos do uso indiscriminado. Efeitos adversos incluem náuseas, vômitos, pancreatite e até falência renal.
A Anvisa reforçou o controle sobre essas substâncias e passou a exigir a retenção da receita médica para a compra dos medicamentos.
Mounjaro
Dez dias antes da tentativa na Pituba, a Receita Federal apreendeu 100 canetas de Mounjaro com um passageiro no Aeroporto Internacional de Salvador. Ele havia embarcado em Paris e, segundo a investigação, tem ligação com um grupo familiar suspeito de contrabandear remédios para clínicas particulares no Brasil.