Moradores de conjunto com 800 apartamentos em Salvador denunciam abusos e irregularidades em contas do condomínio

Da Redação

Moradores do Condomínio Dois de Julho Life, em Nova Brasília, Salvador, estão indignados com a decisão da administração do conjunto de 800 apartamentos de propor o reajuste do boleto condominial em assembleia marcada para a noite desta quarta-feira (22). Atualmente, incluindo as taxas extras, o montante chega a R$433, um dos mais altos da região entre os imóveis de mesmo padrão.

Em assembleia anterior, as contas do condomínio, que tem como síndico profissional André Rangel, foram rejeitadas pela maioria dos moradores. Um grupo que pretende ingressar na Justiça contra Rangel apontou problemas como compras realizadas sem nota fiscal, aquisição de insumos por conselheiros fiscais, esgotamento do fundo de reserva sem anuência dos condôminos, pagamentos divergentes a fornecedores e PIX efetuado diretamente na conta do síndico.

Além disso, os moradores apontaram problemas na pintura dos blocos, serviço que exige o pagamento de uma taxa extra de R$110 cuja cobrança teve início há quase dois anos e a intervenção nunca foi concluída – em alguns blocos, sequer começou.

Morador de um dos blocos do Dois de Julho, o servidor Edailson Florêncio dos Santos disse ao site que o síndico e o subsíndico, além de apelarem para as procurações visando vencer nas votações das assembleias, tentam intimidar aqueles que fazem críticas à gestão por meio de queixas na delegacia. “E nunca fiz acusações pessoais contra eles”, garantiu.

Outro morador procurado, o historiador Alexandre Costa, fez a mesma acusação. “Fui alvo de uma queixa, mesmo sem nunca ter citado o nome de ninguém na administração, que depois levamos para a Justiça Criminal, e os dois denunciantes sequer tiveram a coragem de aparecer nas audiências. Eles tentam fazer a velha política da intimidação. Vivemos sob uma administração incompetente e perdulária, que não consegue dar resultado mesmo com a política de inadimplência zero da empresa contratada para fazer a gestão”, afirmou.

A moradora Fátima Barroso, que é contadora, declarou que outra forma de intimidação do gestão do condomínio é notificar administrativamente os moradores mais críticos. “Outro dia, aplicaram a multa em uma vizinha nossa deficiente que foi obrigada a estacionar em outro local porque alguém parou na vaga reservada dela, mesmo a administração tendo sido avisada. Isso sem falar que o condomínio está abandonado, com mato crescendo, blocos sem limpeza, pintura não concluída. É um escândalo a gestão ainda querer aumentar a taxa”, argumentou.

O Toda Bahia tentou obter um posicionamento do condomínio Dois de Julho, mas não obteve sucesso nas tentativas feitas por telefone, via número fixo. Assim que houver uma resposta, ela será publicada.