sábado, 27 de julho de 2024

O espectro do antissemitismo assombra novamente a Europa – por José Falcón Lopes

Foto: Getty Images/Reprodução

José Falcón Lopes

Quase 80 anos depois do Holocausto Nazista, que vitimou seis milhões de vidas de judeus, o espectro do antissemitismo assombra novamente a Europa. Desta vez, bem na véspera das eleições para o Parlamento Europeu, marcadas para o próximo dia 09 de junho.

O discurso antissemita tem se tornado cada vez mais real no Velho Mundo através das decisões do senhor Pedro Sánchez, presidente do governo da Espanha e da Internacional Socialista, organização herdeira do que sobrou do comunismo após a queda do Muro de Berlim e do fim da União Soviética.

Com o palácio La Moncloa, sede do governo espanhol, afundado em denúncias de corrupção que atingem até a sua esposa, Sánchez faz uma “cortina de fumaça” através da sua oposição à guerra de Israel contra os terroristas do Hamas. Assim, numa só jogada, ele desvia a atenção do eleitorado da Espanha e da opinião pública internacional, principalmente na Europa.

O Comitê Árabe-Islâmico recém-criado pelo governo espanhol em parceria com a Irlanda e a Noruega, é uma afronta para o Reino da Espanha e toda a Europa Cristã, que lutam contra novas ondas de islamização.

Essa decisão unilateral do governo socialista na Espanha, sem diálogo com o governo de Israel, legitima os crimes cometidos pelos terroristas do Hamas no último 7 de outubro em Gaza e que vitimaram cerca de 1300 civis israelenses e ainda atingem pelo menos outros 125 reféns civis.

Talvez a paz não seja o verdadeiro propósito de Sánchez e da Internacional Socialista e, sim, apenas a manutenção do poder na Espanha e na Europa, ambas cada vez menos cristãs e mais islamizadas.

A maioria dos socialistas por todo o mundo apoia manifestações antissemitas e antissionistas de militantes radicais que querem um Estado Palestino “do rio ao mar” por meio da destruição do Estado de Israel, como manifestou recentemente a vice-primeira-ministro da Espanha Yolanda Díaz.

Nesse “xadrez socialista”, com dois pesos e duas medidas, a distorção da realidade é proposital: consideram Israel um estado “imperialista e invasor” em relação ao povo palestino, um argumento geralmente associado ao fato de que os Estados Unidos são a principal potência aliada a Israel. Mas fecham os olhos para as atrocidades cometidas contra as mulheres, os jovens e todas as minorias em ditaduras antissemitas e antissionistas como o Irã.

É proposital o fato dos socialistas ignorarem a realidade objetiva de que Israel é a única democracia do Oriente Médio, o único país onde todos os espectros políticos, além das mulheres e da população LGBTQIA+, sem esquecer de árabes, judeus, armênios e cristãos, enfim, onde todos podem co-existir com seus direitos respeitados.

Se com o grupo terrorista palestino Hamas é praticamente impossível o diálogo, no caso dos militantes socialistas liderados por Sánchez a eterna luta de classes justifica o uso de todo e qualquer recurso para a conquista do poder, inclusive a anistia e a amizade com terroristas.

O populismo de Sánchez encontra eco no oportunismo dos satélites da Internacional Socialista que integram o Foro de São Paulo, a exemplo dos presidentes da Colômbia, do Brasil, da Venezuela, da Nicarágua e de Cuba.

Não é mero detalhe lembrar que se não fosse a moral religiosa judaico-cristã não haveria, literalmente, uma moral ocidental: amar a Deus sobre todas as coisas; amar o próximo como a si mesmo; não roubar; não matar; honrar pai e mãe; não desejar a mulher do próximo; etc. Sem o povo judeu – e Jesus Cristo era judeu -, sequer haveria uma chance de salvação para as nossas almas.

Neste cenário, Israel vai continuar perdendo a guerra de narrativas nos meios de comunicação do Ocidente, que geralmente condicionam suas linhas editoriais a acertos de cifras milionárias nos seus departamentos comerciais, mesmo que o dinheiro venha de países antidemocráticos e até antiocidentais.

Com a Igreja Católica cada vez mais tímida na defesa do modo de vida ocidental, e com a ausência de uma liderança entre as igrejas protestantes, a defesa de Israel seguirá por um fio de esperança no Ocidente.

Por isso, não vou terminar este artigo com nenhuma mensagem otimista.

Se a Europa votar nos candidatos da Internacional Socialista, teremos em breve mais ondas de antissemitismo e antissionismo no Velho Continente.

Um velho ditado romano ensina que “se você quer a paz, prepare-se para a guerra”. Que a consciência de cada eleitor nas eleições europeias e por todo o Ocidente seja o seu próprio tribunal.

José Falcón Lopes é hispano-brasileiro e jornalista.

02 de junho de 2024, 08:13

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