sexta-feira, 19 de abril de 2024

Prefeitura de Salvador certifica 115 empreendedores através do projeto AfroEstima

Foto: Betto Jr./Secom

Da Redação

Cento e quinze alunos participantes do projeto AfroEstima Salvador receberam, nesta segunda-feira (17), os certificados de conclusão das atividades e cursos ofertados no primeiro ciclo da iniciativa, ocorrido entre agosto e dezembro de 2021. A cerimônia ocorreu no Teatro Gregório de Mattos, no Centro, e contou com a presença do prefeito Bruno Reis, além dos titulares das secretarias de Cultura e Turismo (Secult), Fábio Mota, e Reparação (Semur), Ivete Sacramento.

Criado com o intuito de fortalecer a atividade do turismo sustentável, com ênfase na cultura local e na população negra, o AfroEstima integra o Plano de Ação para o Desenvolvimento do Turismo Étnico-Afro (TEA). As atividades, realizadas através da plataforma gratuita de capacitação e de mentorias para afroempreendedores organizada por Trilhas de Aprendizagem, envolveram 13 disciplinas, algumas definidas como técnicas, a exemplos de Marketing Digital, Gestão de Negócios e Empreendedorismo, além de temas considerados sociais como História, Cultura afro-brasileira e da diáspora e Liderança com foco na juventude negra.

O prefeito destacou o fato de Salvador nunca ter lançado mão de maneira empreendedora do fato de ser a capital mais negra do Brasil. “Queremos atrair turistas e visitantes em busca da cultura, gastronomia, arquivo histórico e religioso e também da cultura afrobrasileira na Bahia, para que tenham a oportunidade de viver no berço de tanta cultura e tradição que tanto influenciou o baiano. E há muita gente ao redor do mundo interessada em conhecer este movimento diferenciado e rico como o nosso”.

Bruno Reis lembrou ainda da importância de fornecer meios de ação para o empreendedorismo étnico na capital baiana. “Só é possível combater as desigualdades investindo e oferecendo oportunidades. E o turismo étnico-afro é parte dessa estratégia. Estamos desenvolvendo diversas ações e contando com investimentos para fazer a cidade avançar”, salientou.

Conquista 

No primeiro ciclo, as aulas do projeto tiveram disponibilizados conteúdos on-line e presencial nas localidades de Itapuã e Pelourinho. Em março, começam as aulas dos ciclos 2 e 3, estendendo-se para o Centro Histórico, Itapuã, Rio Vermelho e ilhas municipais.

A meta do projeto é capacitar no mínimo 1 mil afroempreendedores. O público-alvo é baianas, turbanteiras, trançadeiras, capoeiristas, artistas, designers e artesãos, griôs, em blocos afro e afoxés, terreiros, feirantes e ambulantes, produtores culturais, guias de turismo e em meios de hospedagem e agências, dentre todos os outros que compõem e fortalecem a cadeia do Turismo Étnico Afro da cidade. As inscrições estarão abertas, em breve, no site www.afroestimasalvador.com.br.

Execução 

As ações do Plano de Ação para o Desenvolvimento do Turismo Étnico-Afro começaram a sair do papel em julho do ano passado, em um trabalho coordenado pelo Prodetur Salvador, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult) e Secretaria Municipal de Reparação (Semur), com financiamento do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

“Nosso objetivo é transformar Salvador na grande capital afro do Brasil e das Américas, com capacitação e toda estrutura para divulgação e promoção deste destino para o Brasil e para o exterior. Vamos capacitar o trade baiano e brasileiro, para sermos o centro deste produto no Brasil e em todo o mundo”, explicou o secretário de Turismo, Fábio Mota.

Além do AfroEstima Salvador, foi lançado o projeto AfroBiz Salvador, um hub digital que conecta a indústria criativa afro da cidade a consumidores e investidores. Ela funciona como uma vitrine de negócio, aumentando a visibilidade de afroempreendedores e colaborando para a ideia de uma cadeia produtiva unificada.

O cadastro na plataforma (www.afrobizsalvador.com.br) é gratuito. A estimativa é de que, até a primeira metade de 2022, 2,5 mil negócios já deverão estar cadastrados no AfroBiz. Além da plataforma, que funciona como um marketplace de afroempreendedores, a ação prevê a realização de três rodadas de negócios (duas nacionais e uma internacional) para quem estiver cadastrado na plataforma e com negócio já em estágio maduro para participar.

A primeira rodada de negócios nacional acontecerá no dia 9 de março, contemplando 100 afroempreendedores que estarão em contato com um mínimo de 20 potenciais compradores de seus produtos e serviços. Ainda este mês, este grupo passará por uma oficina de treinamento para a primeira rodada, onde aprenderão técnicas para apresentar seus produtos, negociação, dentre outros conteúdos que fortaleçam sua participação no evento.

Mais ações

Até o final de 2022, outras três importantes ações estarão em execução: o Salvador Capital Afro, grande movimento de projeção da cidade como destino afro das Américas, que se constitui em atos de políticas públicas, econômicos, educacionais e culturais, visando posicionar Salvador como um dos principais destinos de cultura afro do mundo, atraindo os olhares para a cidade; o Guia Black, ação que visa a organizar rotas turísticas interessantes na temática afro; e Baiana Legal, cujo objetivo é fortalecer o ofício das baianas de acarajé, mingau e receptivo através do fornecimento de equipamentos e indumentárias para seus pontos de venda.

No final de 2021, a Prefeitura realizou o primeiro censo das baianas, um grande mapeamento das profissionais e da atividade, organizando informações sobre sua atuação, necessidades e desafios, a fim de facilitar a criação de políticas públicas que busquem valorizar e fortalecê-las. Os resultados do levantamento serão divulgados até fevereiro.

Participação

A construção do Plano de Ação para o Turismo Étnico-Afro de Salvador contou com uma metodologia participativa que envolveu mais de 600 pessoas, entre profissionais do turismo afro.

O plano apontou quatro necessidades fundamentais para se alcançar o objetivo desejado: fortalecer o grupo de afroempreendedores numa cadeia de valor unida e articulada; melhorar o nível de formação técnica e de gestão entre esses empreendedores; projetar a cidade como destino afro atrativo, autêntico e único nas Américas; e mapear e criar roteiros e experiências turísticas afrocentradas.

17 de janeiro de 2022, 11:42

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