quinta-feira, 25 de abril de 2024

Rapidinhas: A força dos prefeitos, a deputada honesta e o “Romário” de Bebeto

Foto: Divulgação

Davi Lemos

Pressão municipal

Pelo menos 200 prefeitos baianos devem desembarcar em Brasília nesta semana para pressionar o Congresso Nacional em pautas de interesse dos gestores municipais para a manutenção das contas municipais. O foco atual é encontrar alternativas para a questão dos pisos salariais de diversas categorias que, se majorados, comprometerão as contas. Os prefeitos baianos foram pelo menos metade dentre aqueles que, em novembro, pressionaram pela aprovação PEC dos Precatórios que, dentre os itens aprovados, trazia parcelamento de dívidas previdenciárias dos municípios.

Matemática

Por falar na força dos prefeitos, um importante nome dos “azuis” de Jaques Wagner – o senador petista assim se refere aos aliados do PP e do PSD – disse que os cálculos sobre o número de gestores municipais que irão apoiar ele e os adversários na disputa pelo Palácio de Ondina estão errados. “Um diz que o partido tem 200 prefeitos, outro diz que tem mais de 100, outros dizem que tem 300. Desse jeito, a gente vai descobrir que a Bahia tem mais de 417 municípios”, brincou. Mas ele completou. “Isso tem peso, mas não define (a eleição). O apoio do prefeito não quer dizer que a cidade toda vai votar em quem o prefeito mandar”.

Afogados no marketing

A ida de gestores estaduais e nacionais às cidades do extremo-sul que sofrem ainda as consequências das fortes chuvas que atingiram a região teve aparato midiático digno de campanha eleitoral – e muitos agiram como se fosse realmente mais um ato de campanha. O presidente Jair Bolsonaro (PL) até carreata protagonizou em Itamaraju. O governador Rui Costa (PT), por sua vez, disse que o presidente não havia enviado nenhuma ajuda ao estado. Rui só não combinou com o senador Jaques Wagner que, na sexta (10), anunciou que, após conversa com os ministros João Roma (Cidadania) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), o governo federal enviaria empréstimo à Bahia. No final, pegou mal geral. E pior para a população, que sofre com a campanha antecipada.

Secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Nelson Leal (Foto: Reprodução/ Instagram @depnelsonleal)

Leal e o TCE

Aventado como possível nome do PP para compor a chapa governista na posição de candidato a vice, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Nelson Leal, desconversa e diz que o nome da sigla é o pepista João Leão, que pretende disputar o Palácio de Ondina. Mas a conversa nos bastidores do PP é que Leal também não quer ser vice, pois sonha com a nomeação para uma vaga em um tribunal de contas. “Ele quer o TCE”, diz fonte da legenda.

O Romário do Bebeto

O ex-deputado federal Bebeto (PSB), atual suplente do senador Jaques Wagner (PT), torce para a confirmação da candidatura do petista ao governo em janeiro. E, claro, torce pela vitória do ex-governador nas eleições de 2022. Esse seria também um dos motivos para o PSB não ir tão avidamente na disputa pela cabeça de chapa do grupo governista em 2022. Vale lembrar que o partido de Bebeto já teve Lídice da Mata como senadora pela Bahia – não foi dado a ela o direito de disputar a reeleição por conta do acordo do PT com o PSD.

Deputada federal Lídice da Mata (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

A honesta

Por falar em Lídice da Mata, em conversa realizada na semana passada com jornalistas, o presidente da Assembleia Legislativa, Adolfo Menezes (PSD), salientou que, dentre os muitos políticos de partidos da base de Rui Costa que podem pleitear um espaço na majoritária, está a deputada federal socialista. Menezes citou características da parlamentar: foi prefeita, senadora, deputada estadual, deputada federal e mantém o mesmo padrão de vida. Ou seja, não ficou milionária. Realmente, é um fato raro e digno de nota para quem está há tanto tempo na política.

Articulação silenciosa

O movimento sobre as eleições da Câmara Municipal de Salvador, embora silencioso, não foi freado e pode culminar em uma decisão bem antes do resultado das eleições majoritárias de 2022. “Não tem volta. Não conseguirão empurrar a definição das eleições (da Câmara) para depois das eleições. O processo é irreversível”, disse um vereador da base do prefeito Bruno Reis (DEM). Em outubro e novembro, a questão era debatida abertamente, mas foi silenciada. Os vereadores querem escolher um presidente independente como Geraldo Júnior (MDB), atual chefe do Legislativo municipal, mas não necessariamente escolhido pelo emedebista.

Os bolsonaristas e o PL

Os bolsonaristas baianos vão entrar no PL, mas estão esperando uma definição sobre quem comandará o partido a partir de 2022. Com a possível saída de José Carlos Araújo e a assunção do deputado Jonga Bacelar à presidência da sigla na Bahia, o quadro ainda continua indefinido. “O problema é que não temos com quem conversar sobre essa entrada, pois há essa indefinição”, disse um bolsonarista. O problema não é tão grande dentre os que têm mandato. “É uma questão que pode ser resolvida via Brasília, mas nem todo mundo tem contato”, diz o bolsonarista.

13 de dezembro de 2021, 17:28

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