quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Rapidinhas: A missão baiana de José Guimarães, a mudança solitária de Nelson Leal, a tesoura de Rosinha e o receio de Marabá

Foto: Divulgação

Alberico Goméz e equipe

Missão baiana

Designado pelo presidente Lula para comandar o Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do PT para o pleito de 2026, o deputado federal José Guimarães (CE) terá entre suas tarefas articular o consenso da base petista na Bahia. Ele será um dos responsáveis por tentar pacificar a formação da chapa do governador Jerônimo Rodrigues (PT), evitando choques com o PSD na disputa pelas duas vagas ao Senado.

Cadeira disputada

O grande dilema que José Guimarães enfrentará na Bahia é como acomodar o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o senador Jaques Wagner, cardeais petistas, na mesma composição majoritária encabeçada por Jerônimo sem provocar atritos com o PSD do senador Angelo Coronel, que mira a reeleição. Alguém terá que ceder, aceitar a suplência com promessas futuras ou algum tipo de compensação.

Ricardo Stuckert/PR

Peso de Lula

É consenso na base do governador que as negociações na Bahia dependerão diretamente da força eleitoral de Lula no próximo ano. Se o presidente chegar bem avaliado a 2026, o PT poderá forçar junto aos aliados uma chapa com três petistas: Jerônimo e Wagner concorrendo à reeleição e Rui ao Senado. Nesse caso, seriam oferecidas compensações a Coronel e ao PSD: a suplência, cadeiras nos tribunais de contas, cargos no governo ou até mesmo a vice na chapa, hoje com o MDB – neste caso, os emedebistas também teriam que ganhar algo em troca.

Divulgação/Fundação Índigo

Corpo mole

O PT também leva em conta o potencial eleitoral de ACM Neto (União) para o governo. Cacique do MDB, Geddel Vieira Lima deu o recado na semana passada a Jerônimo: em vídeo publicado nas redes sociais, e de olho em permanecer com a vice, o cacique emedebista ressaltou que a eleição não está ganha e que o ex-prefeito de Salvador cresce no interior. Ou seja, se os atuais espaços dos partidos da base na majoritária não forem preservados, o risco é grande. Inclusive de corpo mole.

Divulgação/Alba

Mudou sozinho

O deputado estadual Nelson Leal (PP) mudou novamente de lado para apoiar ACM Neto em 2026, mas não levou um prefeito ligado a ele para a oposição. Alguns já fecharam com outros deputados – a maior parte com o ex-presidente da Assembleia Adolfo Menezes (PSD). Na Casa, todos sabiam que Leal não disputaria mais a reeleição, pois abandonou completamente bases no interior. Ele apoiaria a candidatura do ex-prefeito de Paratinga Marcel Carvalho para uma cadeira no Legislativo, porém, após ser alvo da Operação Overclean, o ex-gestor não deve mais concorrer.

Impasse das PECs

O clima esquentou na reunião de deputados do governo e da oposição na Assembleia, ontem (11). O líder da maioria, Rosemberg Pinto (PT), tentou convencer a minoria a dispensar as formalidades para votar a PEC que altera a idade máxima para a posse de novos conselheiros nos tribunais de contas do Estado (TCE) e dos Municípios (TCM). Mas o deputado Marquinho Viana (PV) cobrou que também fosse apreciada sua PEC que eleva para 1,3% da receita corrente líquida o valor das emendas individuais impositiva dos parlamentares.

Tesoura de Rosemberg

O pedido de Marquinho foi apoiado pelo líder da oposição, Tiago Correia (PSDB), que propôs votar as duas PECs em conjunto, o que irritou Rosemberg, já contrariado porque o colega “verde” vinha tratando do tema diretamente com Robinson Almeida (PT), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A discussão subiu de tom, e Rosemberg chegou a dizer que “deputado nem devia ter direito a emenda”. O impasse fez a discussão sobre a votação das PECs ser adiada para a próxima semana.

Permanência estratégica

O prefeito de Luís Eduardo Magalhães, Júnior Marabá, decidiu permanecer no PP, apesar do desconforto com a federação do partido com o União Brasil. Após se tornar próximo do governador, Marabá avaliou que uma mudança para siglas de esquerda, como o PSB, poderia gerar rejeição no eleitorado do oeste baiano, majoritariamente conservador. Ele, inclusive, desistiu de disputar mandato de deputado federal em 2026. Por outro lado, quem está com as malas para trocar o PP pelo PSB é o prefeito de Jequié, Zé Cocá, este numa região onde Lula segue fortíssimo.

12 de novembro de 2025, 12:24

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