terça-feira, 16 de abril de 2024

Rapidinhas: Elegibilidade de Lula alavanca, por enquanto, a candidatura de Wagner

Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Davi Lemos

O grande beneficiado com a definição da elegibilidade de Lula, após o ministro Edson Fachin (STF) anular os processos contra o ex-presidente em três instâncias judiciais, é o senador Jaques Wagner, virtual candidato do PT ao governo baiano. Já na segunda-feira (8), pelas redes sociais, Wagner classificou a decisão de Fachin como “vitória importantíssima”. E usou as hashtags #LulaLivre e #LulaInocente. O provável adversário e ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, salientou que a decisão monocrática de Fachin traz medo e incerteza ao Brasil, ressaltando sua luta “contra qualquer forma de extremismo”.

Esqueletos

Embora Lula esteja elegível, a rememoração dos atos de corrupção associados a ele e ao petismo deixou de ser feito porque o petista era visto como “carta fora do baralho”. Mas, o retorno de Lula à disputa ressuscitará as acusações. Ainda mais porque, ao contrário do que afirmam os petistas, Lula não foi declarado inocente – o processo continuará na Vara Federal do Distrito Federal; isso se a decisão não for revista por turmas do STF ou pelo plenário. O jogo não é assim tão simples. Tanto Lula quanto o atual presidente Bolsonaro fizeram a bolsa cair e representam extremos. A aposta é ver surgir um nome no centro, mais equilibrado.

Surpresa dos ministros

Ministros do Supremo como o decano Marco Aurélio Mello foram pegos de surpresa com a decisão monocrática de Fachin. Mello, em entrevista à Jovem Pan, salientou que a 13ª Vara Federal de Curitiba-PR havia sido confirmada por juízos de três instâncias (a própria 13ª Vara, o TRF-4 e o STJ), e em algumas decisões anteriores do próprio STF, como o juízo competente no qual deveriam correr os processos contra Lula. Ou seja, não há garantias de que, num recurso que certamente ocorrerá da Procuradoria-Geral da República, o Supremo mantenha a decisão.

10 de março de 2021, 20:29

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