domingo, 8 de setembro de 2024

Rapidinhas: O favorito de Juazeiro, a embolação grapiúna, a boquinha feirense e a vitrine do PSD

Foto: Reprodução

Alberico Gómez e equipe

Inelegível até a alma

Até mesmo o senador Jaques Wagner (PT) anda irritado com a insistência do ex-prefeito de Juazeiro Isaac Carvalho (PT) em manter o nome na disputa eleitoral deste ano, apesar de estar “inelegível até a alma”, como os próprios aliados estão espalhando no município do norte do Estado. E olha que Wagner era um dos incentivadores da pré-candidatura do aliado petista. Em encontro nesta segunda (22) com o presidente do PT na Bahia, Éden Valadares, o senador teria dito para o partido tirar de vez o ex-gestor da corrida eleitoral, para não fragmentar ainda mais a base aliada.

Favoritismo comunista

Dentro do PT, dois nomes ganham força caso o partido não lance um outro pré-candidato no lugar de Isaac em Juazeiro: o deputado estadual Zó do Sertão (PCdoB) e o ex-prefeito Joseph Bandeira (PSB). Só que o comunista leva vantagem por ser da Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV). O deputado estadual Roberto Carlos (PV), que também integra o grupo, estaria em desvantagem por questões partidárias.

Polarização repetida

A polarização entre os grupos políticos liderados pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) e pelo ex-prefeito ACM Neto (União) vai se repetir em municípios importantes da Bahia nas eleições deste ano, a exemplo de Salvador, Feira de Santana, Camaçari e Lauro de Freitas. Em Vitória da Conquista, terceiro colégio eleitoral do Estado, a base de Jerônimo se dividiu entre duas candidaturas competitivas: a do deputado federal Waldenor Pereira (PT) e a da vereadora Lúcia Rocha (MDB). Os dois, no entanto, têm um pacto de aliança para o segundo turno na disputa contra a prefeita Sheila Lemos (União), aliada de Neto.

Embolação grapiúna

Em Itabuna, os três pré-candidatos apoiados por ACM Neto devem se reunir nesta terça-feira (23) para tentar uma candidatura única no município visando derrotar o prefeito Augusto Castro (PSD), que vai tentar a reeleição com o apoio de Jerônimo. Estão no páreo o deputado estadual Pancadinha (Solidariedade), o ex-prefeito Capitão Azevedo (União) e o médico Isaac Nery (PDT). Lá, a polarização está embolada, uma vez que o PSDB, ligado a Neto, declarou apoio a Augusto Castro, enquanto o MDB e parte do PT prefere Pancadinha por rixas locais.

Resistência aliada

Apesar dessa expectativa de união da oposição em Itabuna, nem o Solidariedade e nem o PDT estão dispostos a abrir mão de lançar seus candidatos no município. Pancadinha e Isaac Nery têm dito que vão até o fim. Nery, inclusive, tem o apoio do líder do União Brasil na Assembleia, deputado Robinho. Ou seja, ACM Neto deve ter muito trabalho para convencer os dois aliados de que Capitão Azevedo é o melhor nome.

Esqueceram de mim

Em Feira de Santana, o deputado federal Zé Neto, pré-candidato do PT, reuniu Jerônimo e caciques petistas para um almoço na Chácara da Luta e esqueceu de chamar os aliados locais. Pegou mal! A pauta do encontro foi uma avaliação do cenário político no segundo maior colégio eleitoral da Bahia. Um correligionário petista da cidade ficou irritado por não ter sido chamado para o debate (e a boquinha). “Se era secreto, que não divulgassem nas redes sociais”, protestou.

Máquina de voto

Se não tiver sucesso no projeto de ser o próximo presidente da Assembleia Legislativa, o líder do governo na Casa, Rosemberg Pinto (PT), vai concorrer a uma cadeira na Câmara Federal em 2026. Ao menos é o que tem dito a aliados próximos no interior. A possibilidade preocupa deputados federais petistas, uma vez que Rosemberg é considerado uma máquina insaciável de buscar votos.

Decisão tomada

Outra liderança também considerada uma máquina de trabalhar e de buscar votos é o prefeito de Euclides da Cunha, Luciano Pinheiro (PDT), que comunicou nesta segunda (22) ao presidente do partido dele na Bahia, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que vai concorrer a uma cadeira na Assembleia em 2026 – antes, havia apenas a especulação. Pinheiro também já comunicou o deputado estadual Marcinho Oliveira (União), a quem apoiou em 2026, da decisão.

Vitrine para Kassab

Em encontro na semana passada, em Brasília, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, disse ao deputado federal Gabriel Nunes, da mesma legenda, que espera contar mais uma vez com o bom desempenho da Bahia para que o partido siga com o maior número de prefeitos do país após as eleições de outubro. Nunes demonstrou confiança, diante do trabalho obstinado do senador Otto Alencar, presidente da agremiação na Bahia. Hoje, o PSD tem 125 gestores municipais em solo baiano.

Humildade e expectativa

Otto garantiu à coluna que não trabalha para eleger, mais uma vez, o maior número de prefeitos da Bahia. “Isso não está em minha mente, apenas o trabalho. Se temos esse resultado hoje, é por conta da forma como tratamos nossos filiados e lideranças”, disse. Na base do governo do Estado, a expectativa é que o PSD ainda saia das urnas como o maior partido aliado, mas com um número menor de gestores, diante da previsão de crescimento de siglas como o Avante e o PT.

22 de julho de 2024, 18:52

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