domingo, 8 de setembro de 2024

Rapidinhas: O imbróglio de Juazeiro, o apoio do MDB a Pancadinha e o pedido de Júnior Muniz a Bruno Reis

Foto: Divulgação

Alberico Gómez e equipe

Reunião de cúpula
A situação política em Juazeiro foi um dos principais temas da reunião ocorrida neste domingo (14), no Centro Administrativo da Bahia (CAB), entre parte da cúpula petista no Estado. Estiveram presentes o governador Jerônimo Rodrigues, o senador Jaques Wagner e o presidente do PT baiano, Éden Valadares. Segundo apurou a coluna, os três reforçaram o apoio à pré-candidatura do ex-prefeito petista Isaac Carvalho, apesar de o mesmo seguir inelegível.

Confiança no tribunal
Éden teria afirmado confiar que ainda está semana sairá uma liminar do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) que pode garantir a candidatura de Isaac, condenado por improbidade administrativa após pagar, de forma irregular, quando prefeito, a conta de luz de feirantes e permissionários de Juazeiro. O dirigente petista espera que, com isso, ampliar o poder de barganha para convencer o PV, PCdoB, MDB e PSB a retirar as pré-candidaturas no quinto maior município baiano.

Jogando a tolha
Na semana passada, Éden se reuniu com os presidentes estaduais do PCdoB, Geraldo Galindo, e do PV, Ivanilson Gomes. Os dois partidos formam uma federação com o PT e, como tal, só podem ter um único candidato em Juazeiro. Na ocasião, o petista garantiu que Isaac está elegível para concorrer. Na ocasião, Ivanilson e Geraldo praticamente jogaram a toalha e admitiram que, se esse cenário se confirmar, o ex-prefeito terá o apoio do grupo por ser mais competitivo que os demais.

No páreo
O deputado estadual Roberto Carlos, pré-candidato do PV em Juazeiro, acredita que, se Isaac seguir inelegível, terá a preferência de Jerônimo e de Wagner, além do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), para ser o candidato da base aliada. O “verde” aposta na boa relação com os caciques petistas, além do fato de nunca ter jogado pedras em Isaac por conta da insistência do petista em contrariar os fatos legais.

Pancadinha neles
Em Itabuna, o MDB deve apoiar a pré-candidatura do deputado estadual Pancadinha (Solidariedade) à Prefeitura do município. Os irmãos Vieira Lima não admitem a possibilidade de caminhar ao lado do prefeito Augusto Castro (PSD), que vai tentar a reeleição na condição de aliado do governador. Consideram, ainda, que Pancadinha, embora se coloque como parlamentar de oposição, é de um partido da base do Executivo estadual. A posição deve ser a mesma do ex-prefeito Geraldo Simões (PT), que foi obrigado a retirar a pré-candidatura e tinha o respaldo do MDB.

Agiu rápido
Embora seja do PT, o deputado estadual Júnior Muniz controla o partido Agir, presidido na Bahia pela filha dele, Társsila Muniz, e negocia a adesão à base do prefeito Bruno Reis (União), como já foi ventilado na imprensa. Reservadamente, Muniz se queixa de nunca ter sido convidado para fazer parte do conselho político de Jerônimo, ou seja, não assumiu compromisso com a pré-candidatura do vice-governador Geraldo Júnior (MDB), para quem a sigla nanica seria simplesmente atraída por gravidade. Para fechar com Bruno, o deputado pediu cargos terceirizados.

Reprodução/Alba

Impacto na Assembleia
Sem tempo de TV, fundo eleitoral ou candidatos competitivos a vereador em Salvador, o apoio do Agir não pesa praticamente em nada para nenhum postulante em Salvador, a não ser contabilizar mais um partido no arco de alianças. Petistas na Assembleia dizem que, caso confirme o apoio da legenda a Bruno, Júnior Muniz perderia ainda mais força na disputa para ser candidato a primeiro vice-presidente do Legislativo na chapa liderada pelo atual chefe do Poder, Adolfo Menezes (PSD).

Verborragia republicana
Bolsonaristas baianos ficaram em êxtase após o ex-presidente dos EUA Donald Trump, que tenta retornar à Casa Branca nas eleições deste ano, sobreviver a uma tentativa de assassinato a tiros durante um comício. Logo, culparam a esquerda pelo atentado, sendo que o atirador é filiado ao Republicanos, mesmo partido de Trump. O deputado federal Capitão Alden (PL) foi ainda mais longe na busca pelos holofotes conservadores: culpou a extrema esquerda pelos atentados contra sete presidentes norte-americanos de direita.

Risco de veto
Integrantes da bancada do PT baiano na Câmara Federal minimizaram a presença do ministro Rui Costa na festona de aniversário organizada na semana passada pelo deputado Elmar Nascimento (União), em Brasília. O evento foi pensando sob medida para reforçar a candidatura do parlamentar à presidência da Casa. Para dois petistas ouvidos pela coluna, no entanto, o presidente Lula ainda pode vetar o apoio do PT a Elmar. Nesse caso, a lua de mel com Rui pode acabar.

Articulações cirúrgicas
A avaliação é que o deputado federal Antonio Brito (PSD), outro candidato à presidência da Câmara, ainda teria mais facilidade em atrair o apoio do Palácio do Planalto e de partidos de esquerda. Por conta disso, foram cirúrgicas as articulações de Elmar para receber os apoios do PDT e do PSB, tradicionais legendas de esquerda aliadas ao PT.

15 de julho de 2024, 18:00

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