segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Renda cresce mais para trabalhadores sem qualificação, enquanto escolaridade perde valor

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Da redação

A valorização do mercado de trabalho tem beneficiado principalmente profissionais com pouca ou nenhuma escolaridade. Segundo Paulo Vasconcellos, coordenador nacional da organização social Gerando Vidas, que conecta empresas a trabalhadores, a oferta de vagas operacionais quase dobrou desde o início de 2024, chegando a mais de 2.200 por semana. Os salários também subiram, passando de uma média de R$ 1.300–R$ 1.400 no ano passado para cerca de R$ 1.700.

Esse crescimento tem atraído cada vez mais pessoas que recebem benefícios sociais, segundo Vasconcellos: “Pessoas sem escolaridade, assistidas por programas sociais, estão tendo mais oportunidade de trabalhar, de ter os benefícios do trabalho formal”, diz.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, confirmam essa tendência. De 2012 a 2024, os trabalhadores sem instrução ou com ensino fundamental incompleto foram os únicos que tiveram aumento real de renda acima da inflação. O rendimento médio desse grupo subiu 41% no período, enquanto caiu para aqueles com ensino médio e superior.

Renda de profissionais com ensino superior encolheu 12,3% em 12 anos
Os trabalhadores com ensino superior viram sua renda diminuir 12,3% entre 2012 e 2024, sem sequer recuperar os patamares pré-pandemia de 2019. Já os profissionais com ensino médio tiveram uma queda de 6,3%, enquanto os com fundamental completo perderam 1,6%.

Especialistas atribuem esse cenário à recuperação do setor de serviços, ao aumento real do salário mínimo e à maior formalização do trabalho. No terceiro trimestre de 2024, o rendimento médio dos trabalhadores pouco qualificados chegou a R$ 1.598, superando o salário mínimo de 2023, que era de R$ 1.412. Com informações do jornal O Globo.

 

 

 

 

09 de fevereiro de 2025, 07:59

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