Salvador figura entre as três capitais com melhor desempenho em igualdade de gênero
Da Redação
Salvador está entre as três capitais brasileiras com melhor colocação no ranking de igualdade de gênero, segundo a pesquisa “Piores Cidades Para Ser Mulher (2024)”, elaborada pela Tewá 225. Apesar da posição de destaque em relação a outras cidades do país, o índice obtido pela capital baiana foi classificado como “Baixo”, revelando a persistência de desafios estruturais e a necessidade de políticas públicas mais eficazes.
O levantamento aponta que, embora as mulheres representem 51,5% da população brasileira, elas seguem sendo as mais afetadas por diversos tipos de vulnerabilidades, como a violência, a pobreza, a informalidade no mercado de trabalho e os impactos das mudanças climáticas.
Dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) mostram que, apenas em 2023, mais de 1,2 milhão de casos de violência contra mulheres foram registrados, incluindo feminicídios, agressões domésticas, ameaças e violência sexual. Entre as vítimas, 63,6% eram mulheres negras (pretas e pardas), evidenciando a sobreposição das desigualdades de gênero e raça no Brasil.
Além da violência, o relatório destaca a crescente vulnerabilidade climática. Estima-se que mais de 10 milhões de pessoas poderão ser atingidas por enchentes e deslizamentos nos próximos anos, caso não haja adoção de políticas de adaptação mais inclusivas. Esses desastres atingem de forma desproporcional mulheres em áreas periféricas e rurais, como aponta o estudo Caderno da Marcha das Margaridas (2023), que evidencia a precariedade de infraestrutura e o difícil acesso a serviços essenciais como saúde e transporte entre mulheres ribeirinhas e camponesas.
A pesquisa revela ainda que todas as regiões do país enfrentam obstáculos semelhantes no avanço da igualdade de gênero. O Sudeste concentra o maior número de cidades avaliadas (49,7%), seguido por Nordeste (20,1%), Sul (12,6%), Norte (10,1%) e Centro-Oeste (7,5%).
Entre as capitais que se destacam no ranking estão Salvador (41,7 pontos), Goiânia (41), Campo Grande (40,3) e Fortaleza (40,2), todas localizadas fora do tradicional eixo Sul-Sudeste. Apesar das colocações, os dados indicam que nenhuma capital brasileira alcançou um patamar satisfatório no enfrentamento das desigualdades de gênero.








