segunda-feira, 28 de abril de 2025

Salvador: Jardim Botânico proporciona mergulho na história do país

Foto: Bruno Concha/Secom

Da Redação

Caminhar em uma reserva da Mata Atlântica dentro de Salvador pode ser uma experiência ímpar para soteropolitanos e turistas. Esta é a proposta do Jardim Botânico, situado em São Marcos, que visa ofertar aos cidadãos a experiência da contemplação e reconexão com a natureza. Administrado pela Secretaria Municipal de Sustentabilidade e Resiliência (Secis), o local possui 160 mil metros quadrados de área.

Um passeio no Jardim Botânico pode trazer experiências como caminhar em uma trilha repleta de paus-brasil – um dos exemplares mais cobiçados pelos portugueses na época do Brasil Colonial. No local há diversos tipos de vegetal, mas o que possui presença mais marcante no parque é o oitis, que, com sua folhagem densa, torna o cenário ainda mais encantador.

No parque há um herbário – coleção científica de plantas secas – para estudo e pesquisa. O espaço abriga ainda uma intervenção do artista plástico Bel Borba intitulada Portão de Exú. A obra teve como propósito ressignificar uma caixa d’água antiga que havia no local e hoje é parada obrigatória para realizar fotos durante o passeio. Próximo à obra de arte está sendo feito o plantio de espécies de folhas sagradas, vegetais que possuem ligação com as religiões de matriz africana.

Riquezas

Visitantes podem desfrutar da Trilha do Pau-Brasil (Foto: Bruno Concha/Secom)

A maior trilha do parque possui 795 metros de extensão e se conecta com diversas outras. Em uma delas o visitante pode se deparar com um pavilhão elevado de madeira, ambiente diferenciado para observação da natureza. A acústica privilegiada deste ponto permite ouvir o canto de diversas espécies de pássaros que residem na mata.

De acordo com o coordenador de Unidades de Conservação da Secis, Diego Cerqueira, o parque é uma grande conquista para a cidade e tem muito a ser explorado pelo público. “O Jardim Botânico estuda a relação do homem com as plantas. É um espaço para valorização das riquezas etnobotânicas. É um local para contemplar as espécies nativas da Mata Atlântica”, frisou.

A proposta, explicou o gestor, é que o Jardim Botânico impulsione a pesquisa e estudo etnobotânico em Salvador. A expectativa é que posteriormente, quando houver a segurança necessária em razão da Covid-19, possam ser recebidos grupos de comunidades e instituições de ensino para aprender sobre educação ambiental.

Estrutura

Com área total construída de 2,2 mil m², o prédio principal possui quatro pavimentos (Foto: Bruno Concha/Secom)

Com área total construída de 2,2 mil m², o prédio principal possui quatro pavimentos. No subsolo, são encontrados vestiários, copa, depósito, estufa, sala de ar condicionado e sanitários. No andar térreo está o auditório com capacidade para 47 pessoas, conectado com o foyer. Há ainda o espaço semicoberto para atividades diversas com arquibancada. O ambiente digital com expositivos voltados à educação ambiental, além de hall de exposições e sanitários, também fazem parte deste andar.

O primeiro pavimento tem área vegetal descoberta, de onde é possível avistar a copa das árvores, ou seja, a parte aérea da vegetação local. Também estão no primeiro andar o setor de programas e pesquisas, laboratórios, setor de coleções vivas, setor de acervo científico, salas administrativas, sala de curadoria, herbário, espaço de reuniões, copa/café e sanitários.

Por fim, a cobertura vegetal possui área calçada, que permite o acesso e vista para a área externa. O projeto de requalificação do Jardim Botânico foi elaborado pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF).

15 de agosto de 2021, 07:21

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