Socorro, as abelhas estão sumindo – por Tatiana Matos
Albert Einstein já enfatizava que “se as abelhas desaparecerem da face da terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência, sem abelhas não há polinização, não há reprodução da flora, sem flora não há animais, sem animais não haverá raça humana”.
No geral, quando falamos de abelhas pensamos de imediato apenas na produção de mel e nem lembramos da polinização das flores. Deste modo, deve-se de logo ser evidenciado que as abelhas são os principais agentes polinizadores da natureza e são responsáveis pela polinização de 70 % das plantas que fornecem alimentos para o homem.
Dar-se conta, então, que as abelhas estão desaparecendo e que estes insetos são imprescindíveis para nosso sistema alimentar, está de longe de ser tópico de conversa em mesa de bar. Não por descaso e sim, por completa falta de conhecimento pela maioria da população.
No entanto, a Síndrome do Colapso das Colônias (colony collapse disorder) é real e foi observada pela primeira vez na Europa no ano de 2006 e entre as possíveis causas estão os fatores ambientais (alterações climáticas e alterações comportamentais humanas, principalmente a intensificação do uso de inseticidas).
No Brasil, o projeto “Polinizadores do Brasil” sob supervisão do Ministério do Meio Ambiente, tem como objetivos, entre outros, consolidar uma base de conhecimento integrada para o manejo dos serviços de polinização, ampliar a capacidade dos agricultores para conservarem e utilizarem de forma sustentável os polinizadores, gerar políticas públicas e conscientizar a população sobre o tema. E são concentrados esforços nas seguintes culturas: algodão, caju, canola, castanha, maçã, melão e tomate. A coordenadora do projeto, Vanina Antunes, chama a atenção que “se não nos mobilizarmos para combater as causas do declínio dos polinizadores, nossa segurança alimentar e nutricional ficará comprometida”.
A campanha “Sem Abelhas, Sem Alimento” da organização “Bee or not to be”, lançou na última semana de agosto videoaula, destinada aos alunos do Ensino Fundamental, com conteúdo que pode ser acessado no site (http://www.semabelhasemalimento.com.br) . Um dos seus autores, o professor Lionel Segui releva que “esses novos conceitos certamente contribuirão para a formação de jovens mais conscientes, o que fará enorme diferença para uma nova geração de brasileiros”.
E para finalizar como não lembrar que Caetano Veloso quando compôs a música “Mel” com toda maestria já apontava que a abelha rainha “anima de vida o seio da floresta e amor empresta”.
Tatiana Matos é advogada, mestra em Desenvolvimento Sustentável na UnB, professora, consultora e sócia-coordenadora da Área Ambiental no Escritório Romano Advogados e Associados. Ela escreve às quintas-feiras sobre Meio Ambiente no Toda Bahia. E-mail: tatiana-matos@uol.com.br