Em áudio, Queiroz orienta como conseguir nomeações políticas em gabinetes
Redação
O site do jornal O Globo obteve um áudio de WhatsApp, de junho deste ano, que mostra que o ex-policial Fabrício Queiroz ainda é consultado sobre nomeações no Legislativo, oito meses depois de deixar o cargo de assessor do então deputado estadual Flávio Bolsonaro.
No áudio, o ex-assessor sugere a um interlocutor como proceder para fazer indicações políticas em gabinetes de parlamentares.
“Tem mais de 500 cargos na Câmara, no Senado. Pode indicar pra qualquer comissão sem vincular a eles em nada. Vinte “continho” pra gente caia bem pra c**. Não precisa vincular ao nome. O gabinete do Flávio faz fila de deputados, de senadores pra conversar com ele. É só chegar: ‘nomeia fulano pra trabalhar contigo’. ‘Salariozinho’ bom desse pra gente que é pai de família. P** que pariu. Caia igual uma ‘uva'”.
Procurado pela reportagem de O Globo, Queiroz admitiu, por nota, que mantém a influência por ter “contribuído de forma significativa na campanha de diversos políticos no Estado do Rio de Janeiro”. Já o senador Flávio Bolsonaro negou, também por meio de nota, que tenha aceitado indicações do ex-assessor e que mantenha qualquer contato com ele desde o ano passado.
Queiroz não é visto em público há, pelo menos, dez meses, desde que as movimentações suspeitas financeiras vieram a tona. Chegou a ser localizado em São Paulo, pela revista Veja, em agosto, onde diz fazer um tratamento contra um câncer no Hospital Albert Einstein.
Ele é investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por suposta prática da “rachadinha”, quando os servidores comissionados devolvem parte dos salários. O ex-policial esteve no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio entre 2007 e 2018 e, no período, emplacou sete parentes na estrutura.
