sábado, 28 de setembro de 2024

Brasil se retira da Assembleia Geral da ONU antes do discurso do primeiro-ministro de Israel

Foto: Reprodução

Da Redação

Por determinação do Itamaraty, a Missão do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU) não acompanhou nesta sexta-feira (27) o discurso do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante a Assembleia Geral da ONU.

A comitiva brasileira, segundo fontes diplomáticas e da Missão do Brasil na ONU, se retirou antes de que Netanyahu fosse chamado, como uma forma de protesto. Israel trava uma guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza há quase um ano e, desde a semana passada, começou a bombardear o Líbano em conflitos contra o Hezbollah. Mais de 700 pessoas já morreram nos ataques.

O ato da diplomacia brasileira foi anterior à retirada em massa de outras delegações, em maioria de países árabes, quando Netanyahu foi chamado pelo presidente da sessão (veja vídeo acima). A intenção, ainda de acordo com as fontes, era fazer uma saída discreta, o que, na diplomacia, é um ato de protesto leve a algum país — neste caso, a Israel.

A retirada, segundo fontes da Missão do Brasil da ONU, foi uma orientação do governo brasileiro. O Itamaraty confirmou e disse que quis fazer o protesto por conta da morte de dois brasileiros nos ataques do Líbano e da crise humanitária na Faixa de Gaza.

O governo brasileiro disse que o motivo da ausência foi “a resposta desproporcional de Israel” aos ataques terroristas do Hamas em outubro de 2023, em que o grupo terrorista palestino matou cerca de 1.200 pessoas no sul do território israelense e sequestrou cerca de 250 pessoas. Desde então, Israel lançou uma ofensiva militar em Gaza que já deixou mais de 40 mil mortos –entre eles muitas crianças e mulheres–, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. Uma fonte brasileira afirmou que foi pelo “conjunto da obra”, em Gaza e a morte dos brasileiros no Líbano.

Na quinta-feira (26), a delegação do Brasil compareceu ao discurso do presidente da Autoridade Nacional da Palestina (ANP), Mahmoud Abbas — a Palestina é reconhecida como um Estado pela organização e por 142 países que integram a ONU, entre eles o Brasil.

A relação entre os governos brasileiro e israelense já não estava boa. Em fevereiro, Israel declarou Lula como “persona non grata” após o presidente comparar a morte de palestinos na Faixa de Gaza com o Holocausto.

27 de setembro de 2024, 20:40

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