Com fracasso de Geraldo Júnior, PSOL fica maior do que o PT em Salvador
Da Redação
A derrota humilhante do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) na disputa pela Prefeitura de Salvador atingiu em cheio o PT e os partidos de esquerda na capital. Por outro lado, o bom desempenho do professor Kleber Rosa provocou um crescimento da legenda dele, o PSOL, na capital.
Geraldo só recebeu 137.298 votos no domingo (06), ficando com 10,33%, o pior desempenho para um candidato apoiado pelo PT em décadas. Ele terminou na terceira colocação, apesar de ter o apoio do governador Jerônimo Rodrigues (PT) e do senador Jaques Wagner (PT). Kleber somou 138.610 votos, com 10,43%, na segunda posição. O prefeito Bruno Reis (União) foi reeleito com impressionantes 1.045.690 votos, atingindo 78,67%, um desempenho melhor do que o antecessor, ACM Neto (União).
Com o baixo desempenho do emedebista, que tinha como vice a petista Fabya Reis, o PT só elegeu um vereador em Salvador – hoje, a sigla tem quatro. Apenas a irmão de Jerônimo, Marta Rodrigues, renovou o mandato. Perderam a reeleição Tiago Ferreira, Arnando Lessa e Luiz Carlos Suíca. Desde que Geraldo Júnior foi anunciado como candidato da base do governo do Estado, os vereadores do PT temiam pelo futuro político. A legenda acabou do mesmo tamanho do MDB, que também elegeu um edil – o médico David Rios.
Na “onda” de Kleber, o PSOL, por sua vez, ampliou a participação na Câmara de uma para duas cadeiras. A vereadora Laina Crisóstomo não conseguiu a reeleição, mas a sigla emplacou o professor Hamilton Assis, ligado ao deputado estadual Hilton Coelho (PSOL), e a marisqueira Eliete Paraguassu, uma das surpresas da eleição deste ano.
Vale lembrar que, ao longo de toda a campanha, Geraldo Júnior tinha o discurso de que era o candidato do PT, da esquerda e do presidente Lula. Entretanto, parte da militância e lideranças petistas ficaram com Kleber. Desde a derrota deste domingo, o vice-governador tem evitado a imprensa – chegou a cancelar uma coletiva que seria realizada neste domingo no comitê de campanha.
O desempenho pífio de Geraldo, cuja candidatura foi estimulada principalmente por Wagner e não era defendida pelos irmãos Vieira Lima, também afetou a oposição a Bruno Reis na Câmara Municipal como um todo. A bancada do prefeito aumentou de 32 para 33 cadeiras. A renovação na Casa foi de quase 40% (clique aqui para ler).