Bruno Reis diz que PEC contra jornada de trabalho 6×1 não deveria ser prioridade do Congresso
Da Redação
O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), afirmou nesta quarta-feira (13), durante a entrega de uma academia pública em Narandiba, que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que acaba com a jornada de trabalho no modelo 6×1, cuja tramitação ocorre na Câmara Federal, não deveria ser uma prioridade dos parlamentares. Ele evitou se posicionar se é contra ou a favor do texto.
“Infelizmente, Brasília vive uma realidade diferente do Brasil. Isso não é prioridade e não deve mobilizar a Câmara. Temos pautas e problemas urgentes que precisam ser enfrentados. Essa deveria ser a prioridade do Congresso, se debruçar sobre o transporte público, os avanços que a saúde precisa ter, resolver o problema do déficit de aprendizado, as sequelas da pandemia, a questão do desemprego, do crescimento econômico, da segurança”, disse Bruno à imprensa.
O prefeito declarou que a PEC é mais um tema polêmico que busca reforçar o clima de polarização, visando “acirrar os ânimos daqueles que são contra e a favor”. Ele ressaltou que foi reeleito prefeito de Salvador com larga vantagem porque sempre se preocupou em trabalhar e em fazer entregas, e recomendou que os deputados fizessem o mesmo.
O que diz a proposta
A PEC da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) contra a escala 6×1 conseguiu alcançar as 194 assinaturas necessárias para ser protocolada na Câmara. Da bancada baiana, 12 dos 39 parlamentares assinaram em favor da proposta, todos de partidos da esquerda.
PEC reduz de 44 horas para 36 horas por semana o limite máximo de horas semanais trabalhadas. Segundo Erika, o formato atual não permite ao trabalhador “estudar, de se aperfeiçoar, de se qualificar profissionalmente para mudar de carreira”.
Número máximo de dias trabalhados por semana passaria a ser quatro. Hoje, a regra prevê que ninguém pode trabalhar mais que 8 horas por dia e 44 horas por semana — mas não proíbe que alguém trabalhe seis dias por semana, desde que não ultrapasse os limites previstos. Os salários não mudariam.