quinta-feira, 3 de julho de 2025

Rapidinhas: As preces dos aliados de Jerônimo, o escolhido de Wagner, o elitismo de Roma e o desabafo de Adolfo

Foto: Divulgação

Alberico Goméz e equipe

Preces dos aliados

Em clima de preces de final de ano, aliados esperam que, em 2025, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) não repita erros de 2024 na gestão e na articulação política. Na área administrativa, a avaliação é que falta uma marca ao governo, uma identidade própria por meio de uma grande obra ou ação. Na política, apesar do estilo agregador de Jerônimo, há críticas em relação ao atendimento da base, sobretudo a falta de objetividade e cumprimento de acordos. Para alguns aliados, o governador prioriza demais o PT.

Sete ondinhas

Neste final de ano, Jerônimo também não contou com a sorte em duas intervenções que têm potencial para se tornar marcas do governo na segunda parte do mandato: a implantação da BYD em Camaçari e a construção da ponte Salvador-Itaparica. No caso da primeira, surgiu uma denúncia do uso de mão de obra análoga à escravidão por uma prestadora de serviço da montadora chinesa. No outro, a morte de um mergulhador que fazia sondagens. Será que pular as sete ondinhas não ajuda, governador?

Compasso de espera

As conversas entre Jerônimo e o PP baiano sobre o apoio institucional do partido ao governo devem ficar para meados de janeiro de 2025. O deputado federal Mário Negromonte Júnior, presidente do ninho pepista no Estado, fez uma viagem com a família e só retorna para a posse da mãe, Vilma Negromonte (PP), como prefeita de Glória, no primeiro dia de janeiro. Até agora, o governador não fez uma proposta concreta ao partido, mas emissários teriam oferecido o comando do Detran.

Abacaxi de Leão

Aliás, se o PP de fato decidir aderir ao governo Jerônimo de forma institucional, o deputado federal João Leão, ex-presidente do partido na Bahia, terá um verdadeiro “abacaxi” para descascar. Afinal, o parlamentar deseja que a legenda siga na oposição e ao lado do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União), e tem tido também que não tem a menor intenção de trocar de sigla. Leão tem feito movimentos nacionais visando adiar para 2026 a decisão sobre qual será o candidato apoiado pelos pepistas ao Palácio de Ondina.

Fila de Wagner

Não adianta correligionário fazer beicinho ou cena de ciúmes. O senador Jaques Wagner (PT) já bateu o martelo sobre a candidatura do seu chefe de gabinete, o petista Lucas Reis, a deputado federal em 2026. Lucas, por sinal, trabalhou intensamente nas eleições municipais firmando acordos em nome do padrinho político e até de Jerônimo. Também desejosos por um mandato, os outros dois “menudos” de Wagner – o presidente do PT baiano, Éden Valadares, e o secretário estadual de Relações Institucionais, Adolpho Loyola – terão que esperar outra oportunidade.

Desabafo de Adolfo

Na última sessão do ano, na quarta (18), o presidente da Assembleia, deputado Adolfo Menezes (PSD), fez um desabafo ao reclamar de matérias publicadas por parte da imprensa sobre os gastos da Casa. Ele se queixou principalmente de um veículo que considerou “um escândalo” o pagamento de R$8 mil em diárias, no período um ano, para o motorista da presidência. “Como não encontram nada, ficam inventando história. Meu motorista viaja bastante. Vou deixá-lo dormir na rua? Posso afirmar: ninguém economizou tanto recurso público quanto este presidente aqui, com todo respeito aos demais”, assegurou.

Roma elitista

A médica Raissa Moraes, que foi candidata ao Senado pelo PL em 2022, acusa o atual presidente da sigla na Bahia, João Roma, de impedi-la de se aproximar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em entrevistas à imprensa na semana passada, a “doutora cloroquina” afirmou, ainda, que Roma faz uma gestão partidária “elitista”, que prioriza um grupo de amigos próximos, e não a direita como um todo. As declarações reforçaram ainda mais o clima de disputa interna dentro do PL baiano, onde Roma e o deputado federal Capitão Alden, ligado à Raissa, disputam o protagonismo na legenda.

Olhar do trade

O trade turístico baiano está preocupado com a escolha do futuro secretário de Cultura e Turismo de Salvador. O atual titular do posto, Pedro Tourinho, já disse ao prefeito Bruno Reis (União) que almeja retornar à iniciativa privada. Queria, inclusive, deixar o cargo ainda em dezembro. A preocupação do segmento é que Bruno escolha um quadro político sem interlocução com o setor, diante da possibilidade de convidar um vereador do União Brasil para a secretaria. Se isso ocorrer, o único edil da sigla cujo nome seria bem aceito no segmento é Cláudio Tinoco, que já comandou a pasta.

Novo circuito

Na última sessão antes do recesso de final de ano, na terça (17), a Câmara Municipal de Salvador aprovou projeto de indicação do vereador Toinho Carolino (DC) que indica ao prefeito a adição de mais um circuito oficial ao Carnaval, na faixa de orla entre Patamares, Boca do Rio e Pituaçu. O novo circuito foi batizado de Morais Moreira. Como se trata de indicação, o prefeito não é obrigado a acatar. Bruno já deu sinais de que não pretende fazer grandes mudanças na festa em 2026.

Mudança de endereço

O prefeito de Coaraci, Jadson Albano (Avante), decidiu se mudar da cidade após não conseguir eleger o sucessor no pleito deste ano. Ele apoiou como postulante à sucessão o “estrangeiro” Célio do Asfalto (PT), que nunca morou de fato no município. Moradores flagraram um caminhão fazendo a mudança do gestor, que teria escolhido como destino Itajuípe. O vencedor das eleições deste ano foi Miltinho do Axé (PSD).

24 de dezembro de 2024, 14:14

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