domingo, 9 de fevereiro de 2025

Enfermeira investigada por injúria racial permanece em silêncio durante depoimento

Foto: Reprodução

Da Redação

A ex-gerente de operações do Hospital Mater Dei Salvador, Camilla Ferraz Barros, esteve nesta sexta-feira (10) no Departamento de Proteção à Mulher, Cidadania e Pessoas Vulneráveis para prestar depoimento sobre uma acusação de injúria racial.

Camilla optou por exercer seu direito ao silêncio durante o interrogatório e permaneceu na delegacia por cerca de uma hora, acompanhada de seu advogado, deixando o local com o rosto coberto.

O caso, que ganhou repercussão nacional, teve início após Camilla ter chamado uma funcionária de uma loja Petz, no bairro do Imbuí, em Salvador, de “petista, baixa e preta”. A situação, registrada em vídeo e amplamente divulgada, está sendo investigada pelas autoridades.

Em uma mensagem de áudio enviada a um grupo de trabalho no Hospital Mater Dei, Camilla admitiu que “exagerou” nas palavras, justificando que agiu sob pressão após ter sido, segundo ela, agredida fisicamente pela funcionária da loja. A mensagem foi divulgada pela TV Bahia.

“Vocês me conhecem e sabem que não sou racista. Vim de baixo. Perdi o controle na loja depois de ter sido agredida fisicamente pela vendedora. A única coisa que eu tinha para não revidar fisicamente era usar palavras, e acabei exagerando. Peço desculpas a quem tem a cor negra, só posso pedir desculpa a vocês”, disse Camilla, em tom emocionado.

Ainda na mensagem, a ex-gerente relatou ter realizado exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e afirmou estar sendo “achincalhada” publicamente. “Só queria explicar que fui agredida antes de tudo isso. Fui ao IML, mas só colocaram na mídia a parte conveniente.”

Avanço das investigações

A delegada responsável pelo caso, Patrícia Barreto, informou que o inquérito está em fase de conclusão. Até o momento, 18 pessoas foram ouvidas e todas as provas digitais já foram anexadas ao processo. “Estamos aguardando o depoimento do marido de Camilla para finalizar o caso. Em no máximo 10 dias, o inquérito será concluído”, afirmou Barreto.

Sobre as alegações de agressão feitas pela investigada, a delegada não adiantou se há evidências que confirmem a versão apresentada por Camilla. Imagens de câmeras de segurança foram incluídas na apuração, e o resultado do exame de corpo de delito também está sendo aguardado.

 

10 de janeiro de 2025, 14:32

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