Lídice rebate Ângelo Coronel e critica argumento sobre tamanho de partido: “Quem vota é o povo”
Da Redação
A deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA) respondeu, nesta quinta-feira (23), às declarações do senador Ângelo Coronel (PSD-BA), que ameaçou deixar a base do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), caso não receba apoio para disputar a reeleição ao Senado em 2026.
Coronel, que chegou ao Senado em 2018 após articulações partidárias que retiraram Lídice da disputa, afirmou que a situação atual é diferente da de quatro anos atrás. Segundo ele, o PSD, por ser o maior partido do estado, tem direito a manter o espaço.
“Sem desmerecer a deputada, política é número. Hoje, o nosso partido é o maior do estado e não pode abrir mão de uma posição que já tem. Política não é saudosismo.”
A fala gerou reação imediata de Lídice, que rebateu: “Quem vota é o povo. Não é sobre o tamanho do partido, mas sim a representatividade política da pessoa. Não adianta ter partido grande.” As entrevistas foram divulgadas pelo O Globo.
A parlamentar também relembrou o episódio de 2018, destacando que liderava as pesquisas na época, mas foi retirada da disputa por imposições partidárias: “Naquele período, eu tinha dez vezes mais aprovação do que Ângelo Coronel. Ele afirmou que eu aceitei a decisão, mas isso nunca aconteceu. Sempre deixei clara a minha desaprovação. Fui a única mulher a representar a Bahia no Senado e fui retirada.”
A insatisfação de Coronel ocorre em meio a discussões sobre a formação de uma chapa “puro-sangue” do PT para as eleições de 2026, com o governador Jerônimo Rodrigues concorrendo à reeleição, o ministro da Casa Civil Rui Costa e o senador Jaques Wagner como nomes da sigla.
Enquanto o PT defende a ocupação das principais vagas da chapa, partidos aliados têm criticado a postura como “autoritária” e “egoísta”. Nos bastidores, interlocutores apontam que Jaques Wagner é o mais vulnerável na composição, enfrentando resistência interna devido a articulações para lançar seu chefe de gabinete, Lucas Reis, como deputado federal, o que desagradou lideranças da base.