quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Justiça mantém prisão de ex-diretora de presídio em Eunápolis por suspeita de ligação com facção criminosa

Foto: Divulgação

Da Redação

A ex-diretora do Conjunto Penal de Eunápolis, Joneuma Silva Neres, continuará presa após a decisão judicial durante audiência de custódia. Acusada de facilitar a fuga de 16 detentos, ela teve o pedido de liberdade negado, mesmo após a defesa alegar sua gravidez. Segundo o magistrado responsável pelo caso, há “fortes indícios” de que Joneuma mantinha relações com a facção Primeiro Comando de Eunápolis (PCE).

As investigações apontaram que, durante os nove meses em que ela esteve à frente da unidade, diversas irregularidades ocorreram. Entre elas, segundo a decisão judicial, estavam encontros diretos e reuniões particulares da ex-diretora com líderes da facção, além da concessão de privilégios, como permitir a entrada de pessoas sem a devida revista. Entre as beneficiadas estaria a esposa de Ednaldo Pereira Souza, conhecido como “Dadá”, líder do PCE.

A ligação de Joneuma com a facção foi reforçada por depoimentos colhidos pela polícia. Durante a ação que resultou na fuga em massa, os criminosos foram diretamente à cela onde “Dadá” estava preso. Para o juiz, os elementos apresentados justificam a prisão preventiva como forma de evitar interferências na investigação.

“Há necessidade da prisão cautelar por conveniência da instrução criminal, considerando a possibilidade de a investigada influenciar no andamento das apurações ou intimidar testemunhas”, afirmou o magistrado. A decisão ainda menciona que, após ser afastada do cargo, Joneuma tentou obter documentos por meio de uma funcionária, que negou o pedido por orientação do atual diretor do presídio.

Em nota, a família de Joneuma repudiou as acusações e defendeu sua integridade, classificando as denúncias como “infundadas”. A ex-diretora foi a primeira mulher a liderar um presídio masculino na Bahia e iniciou sua carreira em 2016 como policial penal no Conjunto Penal de Teixeira de Freitas, onde agora se encontra presa.

O Conjunto Penal de Eunápolis, administrado pela empresa terceirizada Reviver Administração Prisional Privada LTDA, permanece sob intervenção após as denúncias e a fuga dos detentos.

27 de janeiro de 2025, 16:00

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