segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Documentos revelam que Bocardi faturou quase R$ 800 mil sem o conhecimento da Globo

Foto: Reprodução

Da Redação

A demissão de Rodrigo Bocardi da Globo na última quinta-feira (30) foi motivada por uma violação do código de ética da emissora. Documentos obtidos pela Folha de S.Paulo mostram que o jornalista prestou serviços de consultoria, media training e apresentação de eventos para o Bradesco entre 2017 e 2023, sem informar à empresa e sem solicitar autorização.

Segundo a reportagem, Bocardi recebeu um total de R$ 754 mil ao longo desse período. As notas fiscais foram emitidas por empresas ligadas a ele. A Boc Produções e Palestrasemitiu quatro notas fiscais entre 2017 e 2019, somando R$ 322 mil.

Em 2019, a empresa foi renomeada para Diglon Produções. Entre 2021 e 2023, outra empresa da qual Bocardi é sócio emitiu três notas, totalizando R$ 432 mil.

Globo veta trabalhos externos sem autorização

As atividades do jornalista foram descobertas por meio de uma investigação do setor de compliance da Globo. A emissora proíbe que seus funcionários realizem trabalhos remunerados ou não para empresas que possam gerar conflito de interesses. O código de ética estabelece que colaboradores não devem prestar serviços para organizações que tenham objetivos conflitantes com as diretrizes da Globo ou que possuam relações comerciais com a emissora.

Essa não é a primeira vez que um profissional da Globo é desligado por envolvimento com o Bradesco. Em 2019, o apresentador Dony de Nuccio também pediu demissão após ser descoberto que ele negociava e realizava trabalhos para o banco por meio de sua empresa, a Primetalk, sem o conhecimento da emissora.

A saída de Bocardi, que estava na Globo há mais de 20 anos, marca mais um episódio de rigor do canal em relação à sua política de ética e transparência.

01 de fevereiro de 2025, 12:30

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