segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Em reunião marcada por tensão, PT muda estatuto e libera reeleição sem limites

Foto: Divulgação

Da Redação

O PT aprovou uma mudança no estatuto para permitir a reeleição de parlamentares e dirigentes partidários que já tenham exercido três mandatos consecutivos na mesma Casa Legislativa ou instância do partido.

Segundo informações da Folha de S. Paulo, um clima de tensão marcou a reunião, conduzida pela deputada federal Gleisi Hoffmann (PR).

A decisão vai contra, inclusive, o que prega publicamente o presidente Lula sobre renovação de seu partido. A alteração possibilitará que deputados concorram à reeleição ainda que já tenham ocupado a mesma função por três mandatos consecutivos. Como o mandato de senador é maior, a candidatura ficaria proibida para aqueles que já estivessem no segundo consecutivo.

A própria Gleisi encaminhou a votação, chegando a afirmar, quando contestada, que ela sabia como dirigir o PT. Além dela, a secretária nacional de juventude, Nadia Garcia, defendeu a proposta, de acordo com a Folha.

As discussões ficaram acaloradas antes mesmo da votação do mérito, quando petistas discutiram qual seria o quórum para a decisão. Durante o debate híbrido, presencial e virtual, o secretário de Comunicação, deputado federal Jilmar Tatto (SP), bateu boca com Valter Pomar, dirigente da Articulação de Esquerda.

Os opositores da decisão ameaçam judicializar sob o argumento de que mudança no estatuto exige quórum qualificado.

A vedação dessas candidaturas passaria a vigorar nas eleições de 2026. Mas, por 60 votos favor, 27 contra e cinco abstenções, o Diretório Nacional do PT permitiu a candidatura desses parlamentares à reeleição.

O presidente do PT baiano, Éden Valadares, criticou a resolução. Para ele, a decisão é um retrocesso na perspectiva de renovação do partido. “Resolução do diretório nacional a gente respeita. Eu entendo os argumentos e respeito a decisão, mas no mérito sou contra. Os artigos do estatuto foram aprovados em congresso como uma forma de garantir o processo de renovação no PT. E, nesse sentido, a decisão de ontem significou um retrocesso na perspectiva da renovação”, afirmou.

18 de fevereiro de 2025, 11:55

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