Jaques Wagner critica emendas parlamentares e aponta dependência do Congresso

Da Redação
O senador Jaques Wagner (PT-BA) voltou a criticar, nesta sexta-feira (14), o modelo de distribuição de emendas parlamentares no Congresso Nacional. Para o líder do governo no Senado, a prática criou uma dependência excessiva dos parlamentares em relação a esses recursos, comprometendo a alocação eficiente do orçamento público.
“Você já viu alguém sair da zona de conforto? É difícil, né? Se você não puder dar uma bicicleta para um menino, ele fica chateado, mas segue em frente. Mas, depois que você dá, como tomar de volta? Infelizmente, o Congresso se acostumou com esse modelo. Pessoalmente, ainda considero um volume absurdo”, declarou Wagner em entrevista ao A Tarde.
A declaração foi dada durante uma sessão especial na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), que concedeu o título de Cidadão Baiano ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, e ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli.
O senador também ressaltou que o atual formato de distribuição das emendas prejudica investimentos em obras estruturais de grande porte, uma vez que os recursos públicos acabam sendo pulverizados entre demandas locais de parlamentares.
“O grande problema das emendas é que elas diluem demais o dinheiro público. Não é a melhor forma de utilizá-lo. É louvável que um parlamentar queira construir uma praça em determinado município, mas também precisamos garantir verba para projetos estruturantes, como estradas e hospitais. Hoje, 600 parlamentares administram R$ 53 bilhões em emendas”, criticou.
Ao comparar o atual cenário com gestões anteriores, Wagner apontou diferenças significativas na forma como o orçamento era conduzido no passado. “Esse novo normal não é o que eu gostaria, nem o presidente Lula, mas foi o que encontramos quando assumimos em 2023. Muito diferente do que vivemos em 2003”, concluiu.