Paulo Souto critica inércia dos governos sobre interdição de ponte na BR-101: “Querem separar a Bahia?”

Da Redação
O ex-governador da Bahia, Paulo Souto, manifestou publicamente sua indignação diante da interdição da ponte sobre o Rio Jequitinhonha, na BR-101, no sul do estado. Em publicação nas redes sociais, Souto afirmou que a falta de uma solução adequada para o problema é mais uma demonstração de “descaso do Governo Federal” e de “inércia do governo estadual” frente aos grandes desafios de infraestrutura da Bahia.
“Tenho me mantido afastado do debate político, mas não posso esconder minha revolta”, declarou Souto. Segundo ele, a interdição da BR-101 prejudica fortemente a economia e o bem-estar de uma das regiões mais importantes do estado, afetando diretamente cidades como Porto Seguro, Eunápolis, Itamaraju, Teixeira de Freitas, entre outras.
O ex-governador destacou que a situação impacta setores estratégicos como o turismo, a pecuária, a indústria de laticínios e cadeias produtivas do cacau, café, mamão, pimenta-do-reino, cana-de-açúcar, álcool e celulose. Ele criticou ainda o não cumprimento da promessa, feita há mais de 15 anos, de duplicação da BR-101 Sul.
Souto apontou que a precariedade da ponte já era conhecida há muito tempo e que, no mínimo, os governos deveriam ter pavimentado previamente um trecho de 55 km entre o entroncamento da BR-101 e o distrito de Santa Maria Eterna, ligando à nova ponte construída pela empresa Veracel. Atualmente, esse trecho — em condições inadequadas — vem sendo usado por veículos pesados e leves como rota alternativa, para evitar desvios que chegam a até 400 km.
“Os governos federal e estadual estão conseguindo o que alguns já tentaram e foram repudiados pelos baianos: separar a Bahia”, alertou Souto. “A interdição da ponte que o Governo já disse que vai demolir, se precisa ser feita, não pode dividir a Bahia”, completou.