Haddad admite deixar Ministério da Fazenda para atuar na campanha de Lula em 2026

Da Redação

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (8) que pode deixar o cargo para assumir funções na campanha presidencial de 2026, caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decida concorrer à reeleição.

“Eu poderia assumir função na campanha, não teria problema”, disse Haddad, em entrevista ao portal Metrópoles. Ele ponderou, no entanto, que gostaria de permanecer na Fazenda até o fim do mandato. “Se eu for coordenar a campanha, eu não posso ficar [no ministério até o final]; ou se eu for coordenar o programa de governo, como fiz em 2018.”

O ministro afirmou que não há definição sobre seu futuro político e que Lula não lhe pediu para disputar cargo eletivo em São Paulo. “Não acredito que o presidente vá me pedir isso.”

Haddad também descartou comparações entre Lula — que completa 80 anos em outubro — e o ex-presidente dos EUA Joe Biden, cuja saúde e desempenho físico têm sido alvo de críticas. “Quem compara deveria tentar acompanhar a agenda do Lula por uma semana. Se aguentar, pode falar se está fraco.”

Segundo ele, o petista será candidato em 2026. No levantamento mais recente do Datafolha, Lula aparece à frente nas simulações de primeiro turno e empatado com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), no segundo.

Sobre a queda de popularidade do governo, Haddad minimizou os números, que indicam 40% de desaprovação, e destacou que pesquisas apontam melhora na percepção econômica da população. Para ele, o PT ainda enfrenta dificuldades no ambiente digital. “O PT vai perceber que sua sobrevivência depende desse tipo de embate”, disse, em referência à disputa de narrativas nas redes sociais.

Na mesma entrevista, o ministro defendeu que casas de apostas online (as chamadas “bets”) sejam tratadas com as mesmas restrições aplicadas a indústrias de cigarro e bebidas alcoólicas. Ele também confirmou que deve se reunir ainda esta semana com o novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).