Rapidinhas: Carlos Muniz mira o interior, o silêncio de Uldurico, o telespectador Otto e o “sincericídio” de Adolfo

Da redação
Nasce uma estrela
A candidatura do futuro médico Carlos Muniz Filho a uma cadeira na Câmara Federal já tem o apoio de ao menos três deputados estaduais: Vitor Azevedo (PL), Marcinho Oliveira (União) e Emerson Penalva (PDT). Os acordos são costurados pelo pai do jovem, o presidente da Câmara Municipal de Salvador, Carlos Muniz (PSDB), e miram o interior da Bahia, pois em Salvador o herdeiro do tucano já entra no páreo com 30 a 40 mil votos de largada, graças ao espólio político do pai.
Reforço na capital
Na capital, o filho de Carlos Muniz, que tem apenas 23 anos, já tem o apoio confirmado de sete vereadores, sem contar o pai. Além disso, o prefeito Bruno Reis (União) também prometeu dar uma forcinha – as prioridades do chefe do Palácio Thomé de Souza para a Câmara Federal, no entanto, são Cacá Leão (PP), atual secretário municial de Governo, e Alan Sanches (União), que hoje é deputado estadual.
Uldurico silencia
O ex-deputado federal Uldurico Júnior (MDB) anda desestimulado de entrar disputar por uma vaga na Assembleia em 2026. Herdeiro político de uma das famílias mais influentes do extremo sul, ele recuou após ter o nome citado no escândalo que levou à prisão da ex-diretora do presídio de Eunápolis. Embora não haja acusação formal contra ele, o desgaste público pesou. O silêncio adotado por Uldurico foi lido por aliados como uma desistência tácita, e parte de sua base já busca novos caminhos.
Levantando a bola
Os irmãos Vieira Lima trabalham para convencer Uldurico Júnior, que disputou a prefeitura de Teixeira de Freitas em 2024, a manter a candidatura. A desistência representaria uma perda de capilaridade eleitoral do partido em uma região importante do estado e que tem carência de representatividade na Assembleia – o único parlamentar originário do extremo sul atualmente é Robinho (União), que já foi gestor de Nova Viçosa, cargo ocupado atualmente pela mulher dele, Luciana Machado (União).
Efeito colateral
Quem ganha com a possível saída de cena de Uldurico é Penélope Belitardo, esposa do prefeito de Teixeira de Freitas, Marcelo Belitardo, que pretende ser candidata a uma cadeira na Assembleia. A deputada estadual Kátia Oliveira (União), cuja reeleição tem o apoio do presidente da Câmara de Vereadores do município, Jonatas dos Santos (MDB), e de outros edis, também se fortalece.
Ganhou e não levou?
Vencedores das eleições internas do PT para a presidência do partido em duas importantes cidades da Bahia – Itabuna e Feira de Santana – podem perder os cargos antes mesmo de tomarem posse. Nina Rosa e Adriano Costa, respectivamente, só concorreram sob efeito de liminar, pois as candidaturas foram indeferidas pelo comando da sigla por não quitarem em dia as contribuições financeiras. Em Minas Gerais, a eleição para a presidência estadual do PT foi remarcada para domingo (13) pelo mesmo motivo.
Encolhimento de Rui
A eleição de Tássio Brito para a presidência estadual do PT, com larga vantagem sobre os concorrentes, consolidou a força do grupo liderado pelo senador Jaques Wagner na disputa interna por influência partido. Atual secretário de Finanças da sigla e aliado de Éden Valadares – outro nome do círculo do “bruxo” e que comanda o ninho petista baiano hoje –, Tássio representa a continuidade da influência de Wagner no comando petista na Bahia. Enquanto isso, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, que há tempos tenta reequilibrar forças na legenda, vê sua margem de manobra encolher.
Telespectador atento
O senador Otto Alencar (PSD) acompanhou pela TV a entrevista concedida ontem (07) por Rui Costa ao programa Roda Viva, da Cultura. O pessedista viu o petista reafirmar que é pré-candidato ao Senado em 2026, descartando totalmente concorrer a governador. Aliados de Otto dizem que o parlamentar está cada vez mais impaciente a postura de Rui e de Jaques Wagner de tratarem a formação da chapa majoritária pela imprensa, rifando o outro representante baiano do PSD na Alta Casa do Congresso, Angelo Coronel.
Língua solta
Esta semana, o deputado estadual Adolfo Menezes (PSD) andou disparando críticas a prefeitos do interior, sem citar nomes, a respeito dos gastos excessivos no São João. Afirmou que alguns contrataram atrações por milhões enquanto reclamavam da falta de apoio do governo do estado no enfrentamento à seca. Ao contrário dos colegas de Assembleia, o ex-presidente da Casa nunca teve pudor em falar o que pensa, mesmo que isso represente perda de votos ou até de aliados.