Exportações brasileiras para os EUA caem pela metade em 20 anos, mostra FGV

Da Redação
A participação dos Estados Unidos nas exportações brasileiras encolheu quase pela metade nas últimas duas décadas, segundo levantamento do Icomex (Indicador de Comércio Exterior) divulgado nesta segunda-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
Em 2001, os norte-americanos respondiam por 24,4% das vendas externas do Brasil. Em 2024, esse percentual caiu para 12,2% — uma retração de 50,1%.
O levantamento foi feito com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), e confirma a tendência de reconfiguração dos principais destinos da pauta exportadora brasileira.
No mesmo período, a China assumiu a liderança isolada entre os parceiros comerciais do país. Em 2001, o gigante asiático respondia por apenas 3,3% das exportações do Brasil. Em 2024, esse número chegou a 28% — mais de oito vezes maior.
Outros mercados tradicionais também perderam espaço. A União Europeia, que chegou a ter participação próxima a 25% no início dos anos 2000, representa hoje 14,3% das exportações brasileiras, uma queda de 44%. A América do Sul, apesar da proximidade geográfica e acordos regionais, recuou 31% e passou a representar o mesmo peso dos EUA, com 12,2%.
Ranking das exportações brasileiras em 2024:
China: 28%
União Europeia: 14,3%
América do Sul: 12,2%
Estados Unidos: 12%
Para especialistas do Ibre, a mudança reflete uma combinação de fatores, como o aumento da demanda chinesa por commodities, o crescimento econômico desigual entre regiões e a diversificação da pauta comercial brasileira ao longo das últimas décadas.