Suspeito de atentado contra diretor de presídio na Bahia é preso com cinco mandados em aberto
Da Redação
A Polícia Civil da Bahia prendeu, na segunda-feira (4), Romildo Ramos de Moraes, conhecido como “RD”, suspeito de participar do atentado contra o diretor do Conjunto Penal de Eunápolis, no extremo sul do estado. O crime ocorreu em 21 de maio deste ano e deixou gravemente ferido o motorista terceirizado do presídio, enquanto o diretor Jorge Magno Alves, alvo principal do ataque, não estava no veículo e saiu ileso.
A prisão foi realizada durante uma operação no distrito de Pindorama, em Porto Seguro, também no sul da Bahia. Segundo a Polícia Civil, o suspeito possuía cinco mandados de prisão em aberto.
De acordo com as investigações, RD também esteve envolvido na fuga de 16 detentos da unidade prisional, registrada em dezembro de 2024 — considerada uma das ações mais ousadas já realizadas em presídios baianos. Na ocasião, homens fortemente armados invadiram o presídio, trocaram tiros com os seguranças e facilitaram a fuga em massa.
A polícia afirma ainda que o suspeito mantém ligação com um advogado preso em julho, em Serrinha, por envolvimento na mesma fuga, e que também dava ordens para ataques a policiais e seus familiares.
Atentado
O ataque ocorreu na tarde do dia 20 de maio, quando o carro normalmente usado pelo diretor foi alvejado por homens armados com fuzis calibres 7,62 mm e 5,56 mm, na Avenida Alcides Lacerda, bairro Arisvaldo Reis, em Eunápolis. Apenas o motorista, funcionário da empresa Reviver, estava no veículo.
Mesmo ferido, ele conseguiu dirigir por alguns metros e foi socorrido por policiais militares. Após passar por cirurgia, sobreviveu ao ataque. A ação foi seguida por uma força-tarefa com cerca de 100 agentes das polícias estaduais e federais para localizar os autores.
As investigações apontaram que a ação foi coordenada por Ednaldo Pereira Souza, conhecido como “Dadé”, líder da facção Primeiro Comando de Eunápolis (PCE), com ligações com o Comando Vermelho (CV). Ele também teria sido um dos mandantes da fuga em dezembro.
Um dos autores do atentado foi identificado como José Rubens Alves de Assis Filho, o “Rubão”, preso em 21 de maio na cidade de Itapebi, junto com a namorada Letícia Rodrigues. Com ele, foi apreendida uma pistola 9mm, que pode ter sido usada no crime. O armamento está sob análise pericial para confronto balístico com os estojos recolhidos no local do atentado.
Letícia confessou a participação de Rubens no atentado, enquanto ele tentou negar, alegando estar em uma área de mata e apenas ter ouvido tiros. Ambos foram autuados por tentativa de homicídio triplamente qualificado.
José Rubens possui antecedentes por roubo qualificado e é investigado por ocultação de cadáver e homicídio. Um dos casos em apuração é o assassinato do motorista de aplicativo Weverton Antônio dos Santos, ocorrido cinco dias antes do atentado em Eunápolis.
Segundo a polícia, Rubens admitiu ter ajudado a esconder o corpo da vítima, transportando sacos plásticos com partes do cadáver, mas não revelou o nome do mandante do crime.
Fuga e intervenção no presídio
A fuga de 16 detentos em dezembro motivou a intervenção temporária da Seap (Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização) no Conjunto Penal de Eunápolis e o afastamento da direção da unidade.
Em janeiro deste ano, um dos fugitivos morreu em confronto com a polícia. Os outros 15 seguem foragidos.
Uma semana após a fuga, a então diretora do presídio, Joneuma Silva Neres, foi presa sob suspeita de facilitar a ação criminosa. Segundo a Seap, ela também tinha ligações com facções da cidade.








