Investigação aponta que esquema de desvio de armas na Bahia terminou com morte de inocente
Da Redação
Uma investigação do Ministério Público da Bahia (MP-BA) e da Corregedoria da Polícia Civil revelou um esquema de desvio de armas envolvendo policiais civis e militares, que terminou com a morte de duas pessoas em julho de 2024. Uma das vítimas não tinha envolvimento com a criminalidade.
De acordo com o G1, a denúncia aponta que o caso ocorreu em 11 de julho de 2024, durante uma operação policial em um matagal de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), para localizar um esconderijo de armas e drogas de um integrante de facção criminosa. O local abrigava cerca de 20 fuzis, além de pistolas.
Policiais do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom) e da Coordenação de Recursos Especiais (Core) participaram da ação. Segundo o MP-BA, parte do armamento foi desviada sem registro. Na época, a Polícia Civil informou à imprensa que havia apreendido uma submetralhadora, seis fuzis e mais de mil munições.
Foram denunciados:
- Roque de Jesus Dórea, capitão da Polícia Militar, conhecido como “capitão Dórea”;
- Jorge Adisson Santos da Cruz, ex-PM demitido em 2015 por envolvimento em extorsão mediante sequestro seguido de morte;
- Ernesto Nilton Nery Souza, soldado da PM lotado no bairro da Liberdade.
Ainda conforme a denúncia, Joseval Santos Souza, conhecido como “maquinista” e investigado por tráfico de drogas, e o enteado dele, Jeferson Sacramento Santos, foram levados pelo grupo de policiais ao esconderijo. Joseval atuou como informante do capitão Dórea, enquanto Jeferson permaneceu no carro.
Dias depois, ambos foram encontrados mortos, com sinais de tortura e marcas de disparos de arma de fogo. Jeferson foi localizado por volta das 3h do dia 13 de julho, na Avenida 2 de Julho, em Águas Claras, Salvador, e identificado no Instituto Médico Legal (IML) Nina Rodrigues. O corpo de Joseval também foi levado ao IML, mas só foi reconhecido pelo irmão no dia 14.
Os sepultamentos ocorreram em 14 e 15 de julho.
