Professora agredida por zelador em Salvador também pode ter sido estuprada, aponta laudo preliminar

Da Redação

A professora de 48 anos, espancada violentamente pelo zelador do prédio onde mora, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador, também pode ter sido vítima de estupro. O agressor, identificado como Osvaldo Conceição Ferreira, foi autuado por estupro qualificado, tentativa de feminicídio e dano qualificado pelo uso de substância inflamável.

Segundo o Correio, o auto de prisão em flagrante indica que a vítima apresentou inchaço anormal nas partes íntimas, o que indica provável violência sexual. O documento também relata escoriações no rosto do acusado, sinal de que a mulher tentou se defender.

A vítima permanece internada no Hospital Geral do Estado (HGE), em coma induzido e sob ventilação mecânica. O estado de saúde é considerado grave, porém estável.

Após agredir a moradora, Osvaldo ateou fogo no corredor do primeiro andar do edifício, causando pânico entre os moradores. Em seguida, tentou fugir se jogando de uma altura do prédio, mas foi contido e preso em flagrante. Ele segue custodiado no HGE e passará por audiência de custódia nesta sexta-feira (28).

A professora já havia denunciado comportamentos inadequados do zelador. Em janeiro de 2024, registrou em livro de ocorrências do condomínio que se sentiu assediada após o funcionário a convidar para beber vinho em sua residência. Uma amiga da vítima também relatou à polícia ter sido assediada diversas vezes pelo suspeito.

Investigação

De acordo com a delegada Zaira Pimentel, o caso será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Inicialmente tratado como incêndio, o episódio foi reclassificado para crimes de violência de gênero.

“Constatamos que se tratava de uma situação de dano qualificado, pelo uso de gasolina, e de tentativa de feminicídio. Não porque o agressor tivesse relação com a vítima, mas pela desconsideração de sua condição de mulher”, explicou a delegada em entrevista ao Correio.

A polícia investiga ainda se o crime teria sido motivado pelo receio de Osvaldo ser demitido do cargo de zelador.