Zelador suspeito de incendiar prédio e agredir moradora no Rio Vermelho recebe alta e é custodiado
Da Redação
O zelador Osvaldo Conceição, suspeito de atear fogo em um prédio e espancar uma moradora no mesmo edifício, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador, recebeu alta hospitalar e está custodiado à disposição da Justiça. A informação foi confirmada pela Polícia Civil nesta sexta-feira (29).
O homem estava internado após se ferir ao tentar fugir do local do crime, ocorrido na última quarta-feira (27). Ele deve passar por audiência de custódia ainda hoje. Já a vítima, uma professora de 48 anos, permanece internada inconsciente no Hospital Geral do Estado (HGE). A ocorrência foi registrada como tentativa de feminicídio.
A delegada Zaira Pimentel, responsável pela investigação, explicou que inicialmente o caso foi tratado apenas como incêndio. “No hospital, nós constatamos que se tratava de uma situação de dano qualificado, pelo uso de substância inflamável (gasolina), e tentativa de feminicídio. Não porque o agressor e a vítima tivessem um relacionamento, mas pela desconsideração da condição de mulher da vítima”, afirmou.
Segundo a polícia, outros crimes também estão sendo apurados. Há indícios de que o zelador desconfiava de uma possível demissão e teria se revoltado.
Além da agressão, relatos de assédio praticado por Osvaldo já haviam sido registrados. Uma amiga da vítima contou que ambas eram alvo de investidas do funcionário. Em janeiro de 2024, a professora agredida chegou a registrar no livro de ocorrências do condomínio que o zelador a convidava insistentemente para sair, inclusive chamando-a para “tomar vinho” em mensagens privadas.
No relato, ela pediu providências à administração: “Gostaria que alguma providência fosse tomada, pois como funcionário do prédio, o ‘seu’ Osvaldo tem obrigação de manter o devido respeito aos moradores e não lhes causar nenhum tipo de importunação”, escreveu.
De acordo com a amiga, o agressor prestava pequenos serviços no apartamento e chegou a regar as plantas da professora quando ela viajava. A relação, que começou de forma cordial, deteriorou-se após o registro oficial do assédio. “Ela sofreu isso tudo porque disse ‘não’ [para as investidas do homem]. Ela não queria ter contato com ele de jeito nenhum”, completou a amiga.
A reportagem procurou a companheira de Osvaldo, que mora com ele e o filho no prédio desde a pandemia, mas ela não quis comentar o caso.








