quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Filha da líder da ‘Tropa da Juba’ movimentou milhões para o Comando Vermelho em Feira de Santana

Foto: Reprodução

Da Redação

As semelhanças entre Juliana de Almeida Leite, a ‘Juba’, de 40 anos, e Hayanna Letícia Leite da Silva, de 25, vão muito além da herança genética. Tal qual a mãe, a filha, conhecida como ‘Haay’, também faz parte do Comando Vermelho (CV) em Feira de Santana. Segundo o Correio, a Polícia Civil aponta que ela atua como operadora financeira da facção, enquanto a mãe exerce função de gerente e liderança da chamada ‘Tropa da Juba’, célula da organização na cidade.

De acordo com as investigações, além do tráfico de drogas, a facção atua no comércio ilegal de armas, e parte do dinheiro ilícito era ‘lavado’ em uma empresa em nome de Hayanna. Apesar de ter uma renda declarada de R$ 8 mil, ela movimentou mais de R$ 2,6 milhões em menos de um ano em contas vinculadas a si.

Hayanna é uma das 32 pessoas denunciadas pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) em abril deste ano, no âmbito da Operação Skywalker. Assim como a mãe, teve prisão decretada por tráfico de drogas e permanece foragida. Ambas seriam subordinadas a Heverson Almeida Torres, o ‘MG’ ou ‘Mil Grau’, preso em fevereiro do ano passado em uma casa de luxo no Rio Grande do Norte. Segundo informações obtidas pelo Correio junto ao Draco (Departamento de Combate ao Crime Organizado), entre 4 de junho de 2023 e 3 de maio de 2024 foram identificadas movimentações financeiras expressivas em nome de Hayanna, que totalizaram R$ 2.611.818,00.

A empresa Hayanna Confecções, registrada em nome da investigada, também chamou a atenção. Conforme denúncia do Gaeco, entre fevereiro e março de 2024 a empresa movimentou R$ 1,26 milhão em créditos e débitos, apesar de ter sido formalmente criada apenas quatro meses antes. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) também apontou transações suspeitas relacionadas à empresa, incluindo depósitos de valores oriundos de outros investigados da organização criminosa.

Ainda segundo o Correio, a denúncia do MP-BA afirma que a empresa funcionava como fachada, com o objetivo de dissimular valores provenientes do tráfico de drogas. O endereço da confecção fica no bairro da Queimadinha, área historicamente controlada pela ‘Tropa da Juba’, o que reforça a suspeita de que a atividade empresarial servia para ocultação de patrimônio ilícito e movimentação de ativos da facção.

As investigações também destacaram diálogos interceptados entre mãe e filha, revelando discussões sobre movimentação financeira ilícita, operações policiais e estratégias da facção. Além disso, conversas telefônicas de Hayanna com o traficante Lucas Santos Barbosa, o ‘Mata Rindo’, outra liderança do CV em Feira de Santana, reforçam sua ligação direta com os níveis superiores da organização criminosa, de acordo com informações do Correio.

Por fim, a denúncia do MP-BA, aponta ainda a participação de Juliana, a ‘Juba’, em execuções ligadas ao grupo. Fotos e vídeos em que ela aparece com armas de grosso calibre teriam sido comparados a imagens de homicídios praticados na região, sugerindo envolvimento direto ou indireto da traficante em assassinatos atribuídos ao Comando Vermelho.

08 de setembro de 2025, 08:30

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