PF deixa Ferrari de advogado-ostentação em casa por risco de danos à bateria

Da Redação
Ao cumprir um mandado de busca e apreensão na mansão do advogado Nelson Wilians, a Polícia Federal encontrou uma Ferrari SF90 Stradale, modelo híbrido plug-in, mas decidiu não apreender o veículo. O motivo é técnico: a Ferrari possui três motores elétricos e um motor a combustão, e permanecer muito tempo longe da estação de recarga poderia causar danos irreversíveis à bateria. As informações são da revista Piauí.
A decisão da PF surpreendeu apenas pelo contexto incomum. Segundo a Piauí, diferente de outros bens de luxo e veículos apreendidos na operação, a Ferrari híbrida ficou na residência de Wilians, que foi nomeado “depositário fiel”, podendo usá-la, mas sem vendê-la ou transferi-la. Outros carros de luxo encontrados na casa, como um Bentley e um Rolls Royce, foram confiscados.
Ainda conforme a reportagem, a visita da PF, realizada em 12 de setembro, faz parte da Operação Sem Desconto, que investiga desvios milionários no INSS. Wilians é suspeito de ser sócio oculto de Maurício Camisotti, empresário que controla associações envolvidas em fraudes contra aposentados. Transações financeiras entre os dois somam ao menos R$ 28 milhões, segundo a investigação.
A Ferrari de Wilians, vendida normalmente por cerca de R$ 5 milhões, é equipada com itens adicionais e tem cor personalizada. Ela combina motor V8 a combustão e três motores elétricos, atingindo cerca de 1.000 cavalos de potência, indo de 0 a 100 km/h em 2,5 segundos e alcançando 340 km/h. No modo elétrico, percorre apenas 25 km sem recarga.
Enquanto outros bens foram confiscados, o advogado mantém a posse da Ferrari na mansão do Jardim Europa, em São Paulo, aguardando desfecho judicial.