Comissão da Câmara abre diálogo com consórcio da Ponte Salvador-Itaparica em primeira reunião realizada nesta quinta (25)

Da redação
A Comissão Especial de Acompanhamento de Investimentos na Baía de Todos-os-Santos e Orla da Câmara Municipal de Salvador realizou, nesta quinta-feira (25), a primeira reunião com representantes do consórcio responsável pela Ponte Salvador-Itaparica. O encontro discutiu os impactos e as oportunidades das obras previstas, além de mecanismos de transparência e acompanhamento do projeto.
Segundo o presidente da comissão, vereador Claudio Tinoco (União Brasil), a iniciativa reforça o papel do Legislativo na fiscalização dos investimentos. “Estamos tratando de intervenções estruturantes que terão impacto direto no presente e no futuro da cidade. É papel desta comissão acompanhar de perto cada etapa, assegurando que o desenvolvimento econômico, social e turístico seja sustentável e equilibrado”, afirmou.
Participaram da reunião os vereadores Anderson Ninho (PDT), Sidninho (PP) e João Cláudio Bacelar (Podemos), em gesto suprapartidário de acompanhamento da construção do equipamento.
A reunião ocorreu no escritório do Consórcio. A apresentação foi realizada pelo CEO Claudio Villas Boas, que detalhou o projeto e respondeu aos questionamentos dos vereadores.
Durante a reunião, Bacelar demonstrou preocupação com os possíveis impactos da obra sobre a Feira de São Joaquim. Sidninho questionou a viabilidade econômica da construção e operação da ponte. Já Anderson Ninho indagou sobre a participação do consórcio na criação da secretaria anunciada pelo governo do estado. Tinoco, por sua vez, solicitou esclarecimentos sobre a área destinada em Salvador para implantação do canteiro de obras e também sobre a projeção de receita tributária que poderá ser gerada, como o ISS durante a fase de construção e na futura operação.
A Ponte Salvador-Itaparica tem previsão de início das obras em junho de 2026 e conclusão em 2031. O projeto, orçado em cerca de R$ 11 bilhões, prevê uma estrutura de 12,4 quilômetros de extensão ligando Salvador à Ilha de Itaparica. O empreendimento também inclui a construção de vias de acesso, sistema de pedágio e infraestrutura de apoio.
Desde o anúncio, no entanto, a obra enfrenta questionamentos sobre viabilidade financeira e impactos ambientais. Especialistas levantam dúvidas sobre o modelo de financiamento e os efeitos sobre o ecossistema da Baía de Todos-os-Santos.
A comissão informou que manterá reuniões periódicas e promoverá audiências públicas para ouvir órgãos envolvidos, especialistas e a população. “Nosso papel é garantir que Salvador esteja devidamente informada sobre avanços, desafios e impactos desta obra”, disse Tinoco.