quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Polícia de SP aponta latrocínio como causa provável da morte de advogado Luiz Fernando Pacheco em Higienópolis

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Da Redação

A investigação sobre a morte do advogado criminalista Luiz Fernando Pacheco, de 51 anos, fundador do Grupo Prerrogativas, avança com a Polícia Civil de São Paulo apontando latrocínio como a hipótese mais provável, segundo informações da Folha de S. Paulo. O caso, ocorrido na madrugada de quarta-feira (1º) no bairro de Higienópolis, chocou a advocacia nacional e reacende debates sobre violência urbana na capital paulista.

Imagens de câmeras de segurança capturaram Pacheco saindo de um bar por volta das 3h, após horas bebendo sozinho. Ele caminhava a pé em direção à sua residência quando, próximo à esquina da rua Itambé com a rua Maranhão, nas imediações da Universidade Presbiteriana Mackenzie, foi abordado por dois suspeitos que tentaram roubar seu celular. O advogado reagiu, mas foi agredido com socos, cotoveladas e um movimento de judô, caindo no chão sem conseguir se levantar. Os agressores revistaram seus bolsos antes de fugir.

Pouco depois, um carro branco parou no local, e um homem desceu para socorrê-lo, acionando a Polícia Militar (PM) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Pacheco foi levado a uma unidade de saúde, onde a morte foi confirmada. O boletim de ocorrência registra que uma testemunha observou o advogado apresentando convulsões e dificuldade para respirar ao ser encontrado.

Horas antes, em troca de mensagens com amigos, Pacheco enviou três textos que apagou em seguida. Às 00h06, escreveu: “desculpem os erros, acho que tomei metanol”. De acordo com a CNN, os destinatários interpretaram a mensagem como brincadeira, associando-a aos casos recentes de intoxicação por metanol noticiados na mídia, que o advogado teria usado para “justificar” erros de digitação.

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) confirmou que um registro de desaparecimento em nome de Pacheco foi feito na noite de terça-feira (30). Ao ser localizado, ele não portava documentos e vestia calça jeans e camisa preta. A identificação foi confirmada posteriormente por exame papiloscópico. A pasta informou que o caso segue sob investigação, com análise de laudos periciais para esclarecer as circunstâncias exatas da morte.

Com mais de 30 anos de carreira na advocacia criminal, Pacheco se destacou em casos de repercussão nacional, como a defesa de José Genoino, ex-presidente do PT, no escândalo do Mensalão. Ele foi fundador do Grupo Prerrogativas, ocupou dois mandatos como conselheiro da OAB/SP (2019/2021 e 2022/2024) e presidia desde 2022 a Comissão de Direitos e Prerrogativas da entidade. Também atuava como conselheiro de prerrogativas do Conselho Federal da OAB, era vice-presidente do Conselho Deliberativo do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD) e integrou o Conselho Nacional Antidrogas da Presidência da República.

Marco Aurélio de Carvalho, coordenador-geral do Grupo Prerrogativas, lamentou a perda em nota pública: “O Grupo Prerrogativas está de luto. E a advocacia também. Perdemos um de nossos sócio-fundadores. Um dos mais brilhantes, mais generosos, mais solidários e mais combativos advogados do país. Seguirá nos inspirando e vivendo no melhor de cada um de nós. Mais um latrocínio, ao que parece. As circunstâncias desta morte violenta e inaceitável devem ser rigorosamente apuradas. Não aceitaremos que este episódio lamentável seja convertido em mais um dado estatístico”.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e entidades jurídicas manifestaram solidariedade à família e cobram agilidade nas investigações. O caso reforça a vulnerabilidade de pedestres em áreas urbanas e a necessidade de maior policiamento preventivo em bairros centrais de São Paulo.

03 de outubro de 2025, 13:30

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