Facções miram farmácias em Salvador e impulsionam onda de assaltos por “canetas emagrecedoras”
Da Redação
Farmácias de Salvador, consideradas serviços essenciais à saúde, têm se tornado alvo constante de assaltos motivados pelo roubo de medicamentos agonistas GLP-1, conhecidos popularmente como “canetas emagrecedoras”. A escalada de crimes está ligada à atuação de facções criminosas, segundo investigações da Polícia Civil. As informações são do jornal Correio.
Em 2025, um grupo responsável por 23 roubos a farmácias em diferentes bairros da capital baiana foi alvo de operação policial. O foco das investigações foi o Nordeste de Amaralina, área sob forte influência do Comando Vermelho (CV). Uma fonte policial, sob anonimato, afirmou que as facções ampliaram sua atuação para o roubo de medicamentos de alto valor, especialmente após perdas em operações contra o tráfico.
Ainda de acordo com o Correio, o Sindicato dos Farmacêuticos da Bahia (Sindifarma) informou que o cenário tem levado redes e pequenos comerciantes a fecharem as portas mais cedo, contratarem seguranças e reduzirem estoques, para evitar prejuízos e riscos aos funcionários.
Bairros como Pituba, Graça, Itapuã e Costa Azul estão entre os mais afetados.
Além do roubo direto, há um mercado ilegal crescente de canetas emagrecedoras. A Receita Federal apreendeu 385 unidades do produto no Aeroporto Internacional de Salvador apenas em 2025 — quase seis vezes mais que o total do ano anterior. Parte das mercadorias seria revendida em plataformas digitais e no mercado clandestino.
Segundo a Polícia Civil, o grupo desarticulado durante a operação roubou cerca de R$ 2 milhões em medicamentos entre maio e setembro, com ações registradas nos bairros da Pituba, Itapuã, Armação, Costa Azul e Horto Florestal. Mesmo com as prisões, novas ocorrências seguem sendo investigadas, e a corporação mantém atenção redobrada ao novo tipo de crime que mistura tráfico, roubo e mercado ilegal de medicamentos controlados.
