quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Shell processa empresário preso na Operação Primus por uso indevido da marca na Bahia

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Da Redação

Preso no último dia 16 durante a Operação Primus, o empresário Jailson Couto Ribeiro, conhecido como Jau Ribeiro, é alvo de um processo movido pela Raízen, distribuidora da Shell no Brasil, por uso irregular da marca. Ele é investigado por suspeita de participação em um esquema de lavagem de dinheiro e adulteração de combustíveis no estado.

De acordo com a investigação da Polícia Civil da Bahia, Jau teria feito parceria com o empresário Mohamad Hussein Mourad, apontado como integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC), para vender combustíveis de forma irregular. Mesmo após deixar de comprar produtos da Shell, ele continuou utilizando a bandeira da empresa em seus postos, segundo informações do UOL.

Um dia após a prisão preventiva de Jau, a Shell acionou a Justiça contra duas de suas empresas, pedindo a retirada imediata de todas as características visuais da marca em seus estabelecimentos. A distribuidora argumenta que o empresário quebrou o contrato de exclusividade e causou danos à imagem da companhia por conta do envolvimento nas investigações.

Em manifestação ao Judiciário, os advogados da Raízen afirmaram que, “em flagrante e reiterado descumprimento contratual”, as empresas de Jau pararam de adquirir produtos da Shell, mas continuaram a ostentar a marca nos postos, o que configuraria propaganda enganosa e indução ao erro do consumidor.

A ação ainda será analisada pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).

O esquema

Jau Ribeiro, que foi candidato a prefeito de Iaçu em 2020, é conhecido como um dos maiores revendedores da Shell na América Latina e dono de uma ampla rede de postos na Bahia.

Na Operação Primus, além dele, outros cinco mandados de prisão foram cumpridos — três na Bahia, um em São Paulo e um no Rio de Janeiro. A Justiça também determinou o bloqueio de bens avaliados em R$ 6,5 bilhões.

Segundo as investigações, o grupo era responsável por adulterar e comercializar combustíveis de forma irregular, além de realizar lavagem de dinheiro e fraudes fiscais. Cerca de 200 postos estariam ligados à rede criminosa, usada para ocultar patrimônio e dificultar o rastreamento de valores.

27 de outubro de 2025, 13:00

Compartilhe: