quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Defensoria do Rio confirma liberação de todos os corpos da operação mais letal da história do país

Foto: Eusébio Gomes/TV Brasil

Da Redação

A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro informou neste domingo (2) que foram liberados todos os corpos dos 117 civis mortos na megaoperação realizada nos complexos da Penha e do Alemão, na capital fluminense. A ofensiva policial, deflagrada na última terça-feira (28) contra o Comando Vermelho (CV), terminou com 121 mortos ao todo, sendo quatro policiais, e se tornou a ação mais letal da história do Brasil, superando o massacre do Carandiru, ocorrido em 1992, que deixou 111 vítimas.

Segundo o órgão, a perícia do Instituto Médico-Legal (IML) foi oficialmente concluída. A Defensoria destacou ainda que segue acompanhando o caso e prestando assistência às famílias das vítimas. Dias antes, o órgão havia solicitado o direito de acompanhar as perícias, mas o pedido foi negado. A Defensoria argumenta que a presença de seus representantes está garantida pela ADPF das Favelas, decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que prevê mecanismos de controle e transparência em ações policiais nas comunidades.

De acordo com a Polícia Civil, dos mortos já identificados, 43 possuíam mandados de prisão pendentes e pelo menos 78 tinham histórico criminal. A corporação também informou que 54 eram naturais de outros estados, como Pará, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás e Espírito Santo. As investigações indicam que o Rio de Janeiro abriga lideranças do Comando Vermelho oriundas de quatro das cinco regiões do país, o que reforçaria o alcance nacional da facção.

A polícia relatou ainda que um terço dos presos durante a operação é de fora do estado. Segundo o relatório preliminar, os complexos da Penha e do Alemão funcionam como centros de comando e treinamento da facção, responsáveis por uma movimentação mensal de cerca de 10 toneladas de drogas e o comércio de aproximadamente 50 fuzis.

A operação resultou na apreensão de 120 armas, sendo 93 fuzis, além de explosivos, munições e equipamentos militares utilizados pelo grupo criminoso. O material, avaliado em R$ 12,8 milhões, inclui armamentos de origem internacional — da Venezuela, Argentina, Bélgica e Rússia — e modelos com uso recorrente em zonas de guerra, como AK-47, AR-10 e G3.

A ofensiva foi deflagrada para capturar lideranças do Comando Vermelho denunciadas pelo Ministério Público do Rio (MPRJ). Entre os principais alvos estava Edgar Alves de Andrade, o “Doca”, apontado como uma das figuras mais influentes da facção, que segue foragido.

03 de novembro de 2025, 08:30

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