Governo e sindicatos discutem atualização das contribuições do Planserv
Da Redação
Representantes do Governo da Bahia e de entidades sindicais se reuniram na última sexta-feira (7) para discutir a proposta de atualização das contribuições ao Planserv, plano de saúde dos servidores estaduais. A possibilidade de aumento das mensalidades preocupa trabalhadores, que temem piora no acesso ao atendimento.
Em nota, o governo afirmou que a proposta tem como base a “justiça contributiva”, buscando manter o equilíbrio financeiro do plano e preservar as faixas de menor renda. Segundo o pronunciamento, não haverá mudanças na cobertura, nos direitos dos beneficiários ou na rede credenciada. Entretanto, os detalhes da proposta ainda não foram divulgados oficialmente.
Em entrevista ao Correio, o coordenador-geral do Planserv, Luiz Pérez, reconheceu anteriormente que haverá elevação nas mensalidades. Ele argumenta que o reajuste é necessário para controlar o déficit do plano, que fechou 2024 no negativo pelo segundo ano consecutivo. Dados do Portal da Transparência apontam que o rombo financeiro no último ano chegou a R$ 198 milhões.
Durante a reunião, Pérez destacou que o objetivo do governo é ampliar e qualificar os atendimentos. Segundo ele, estão previstas medidas como expansão da rede de prestadores no interior, reajuste de honorários médicos, ampliação da oferta de telemedicina e fortalecimento de programas voltados a idosos, doenças crônicas e Transtorno do Espectro Autista (TEA). Atualmente, o Planserv atende cerca de 500 mil beneficiários e possui aproximadamente 1.500 prestadores credenciados em todo o estado.
Preocupações dos servidores
Sindicatos que representam os trabalhadores afirmam que, antes de qualquer aumento na contribuição, é preciso garantir melhorias concretas na assistência. As principais reclamações envolvem descredenciamento de unidades, redução de cobertura e dificuldades para agendamento de exames e consultas — especialmente no interior do estado.
“É inadiável reverter o quadro de instabilidade contratual e falta de acesso real ao atendimento. Servidores enfrentam deslocamentos longos e dificuldade para encontrar prestadores”, afirmam as entidades em nota.
Os sindicatos defendem ainda a recomposição da cota patronal do Estado para 5%, percentual que afirmam ter sido aplicado na implantação do Planserv. “A defesa é pela retomada da contribuição histórica do governo, e não pela elevação da mensalidade paga pelos servidores”, reforçam.
A proposta seguirá em discussão nas próximas semanas, mas ainda não há data prevista para apresentação do texto final ou início de eventuais mudanças nas cobranças.








