segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Governo e sindicatos discutem atualização das contribuições do Planserv

Foto: Reprodução

Da Redação

Representantes do Governo da Bahia e de entidades sindicais se reuniram na última sexta-feira (7) para discutir a proposta de atualização das contribuições ao Planserv, plano de saúde dos servidores estaduais. A possibilidade de aumento das mensalidades preocupa trabalhadores, que temem piora no acesso ao atendimento.

Em nota, o governo afirmou que a proposta tem como base a “justiça contributiva”, buscando manter o equilíbrio financeiro do plano e preservar as faixas de menor renda. Segundo o pronunciamento, não haverá mudanças na cobertura, nos direitos dos beneficiários ou na rede credenciada. Entretanto, os detalhes da proposta ainda não foram divulgados oficialmente.

Em entrevista ao Correio, o coordenador-geral do Planserv, Luiz Pérez, reconheceu anteriormente que haverá elevação nas mensalidades. Ele argumenta que o reajuste é necessário para controlar o déficit do plano, que fechou 2024 no negativo pelo segundo ano consecutivo. Dados do Portal da Transparência apontam que o rombo financeiro no último ano chegou a R$ 198 milhões.

Durante a reunião, Pérez destacou que o objetivo do governo é ampliar e qualificar os atendimentos. Segundo ele, estão previstas medidas como expansão da rede de prestadores no interior, reajuste de honorários médicos, ampliação da oferta de telemedicina e fortalecimento de programas voltados a idosos, doenças crônicas e Transtorno do Espectro Autista (TEA). Atualmente, o Planserv atende cerca de 500 mil beneficiários e possui aproximadamente 1.500 prestadores credenciados em todo o estado.

Preocupações dos servidores

Sindicatos que representam os trabalhadores afirmam que, antes de qualquer aumento na contribuição, é preciso garantir melhorias concretas na assistência. As principais reclamações envolvem descredenciamento de unidades, redução de cobertura e dificuldades para agendamento de exames e consultas — especialmente no interior do estado.

“É inadiável reverter o quadro de instabilidade contratual e falta de acesso real ao atendimento. Servidores enfrentam deslocamentos longos e dificuldade para encontrar prestadores”, afirmam as entidades em nota.

Os sindicatos defendem ainda a recomposição da cota patronal do Estado para 5%, percentual que afirmam ter sido aplicado na implantação do Planserv. “A defesa é pela retomada da contribuição histórica do governo, e não pela elevação da mensalidade paga pelos servidores”, reforçam.

A proposta seguirá em discussão nas próximas semanas, mas ainda não há data prevista para apresentação do texto final ou início de eventuais mudanças nas cobranças.

10 de novembro de 2025, 09:00

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