PF vê indícios de que esquema do INSS continuou ativo durante gestão Bolsonaro
Da Redação
A Polícia Federal afirmou haver fortes indícios de que o esquema de fraudes no INSS continuou “em pleno funcionamento” durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. A conclusão aparece na investigação que apura supostos atos ilícitos atribuídos a José Carlos Oliveira, ex-ministro do Trabalho e Previdência.
Segundo a PF, José Carlos Oliveira teria recebido propina da Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), entidade acusada de operar fraudes em aposentadorias e benefícios previdenciários. As irregularidades incluiriam descontos ilegais aplicados a aposentados e pensionistas.
Os investigadores apontam que o ex-ministro teria atuado em favor do esquema tanto quando presidiu o INSS quanto durante sua passagem pelo Ministério do Trabalho e Previdência. Essa posição estratégica, segundo o órgão policial, teria permitido à organização criminosa expandir e blindar o esquema de descontos indevidos.
“José Carlos ocupou os mais altos cargos da administração pública em matéria previdenciária no Brasil, o que permitiu à organização criminosa manter e expandir o esquema de descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas”, diz trecho da decisão assinada pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro destaca ainda que a atuação do ex-ministro foi “decisiva para o funcionamento e blindagem da fraude da Conafer”.
O documento também cita mensagens encontradas pela PF que sugerem que o esquema continuou ativo quando José Carlos já era ministro de Estado. Entre os indícios, estão conversas de WhatsApp que indicam agradecimentos do ex-ministro após suposto recebimento de valores, além de uma planilha de fevereiro de 2023 que registra o pagamento de R$ 100 mil a um destinatário identificado como “São Paulo Yasser”.
As investigações continuam em andamento.








