quinta-feira, 25 de abril de 2024

A turminha do Jardim de Alah está de volta!

Foto: Reprodução

Leo Varjão - Assessor de comunicação e empresário

Fazia tempo que a turminha não se encontrava. Por conta da pandemia, tivemos que cessar os encontros matinais em que eu, o caçula do grupo com 58 anos, e meus jovens amigos, na faixa etária entre 70 e 80, fazíamos nossas caminhadas.

Além de fazer o sangue circular, perder calorias, movimentar o corpo e tomar vitamina D, as nossas caminhadas são momentos para nos atualizarmos da vida um do outro. Entre histórias, causos e piadas, conseguimos tornar o dia mais leve, já ao nascer do sol.

Os números da pandemia começaram a diminuir e, por isso, parte da minha turma, agora vacinada e mantendo todos os cuidados necessários, voltou a se reunir. Há uma semana, tenho feito caminhadas com dois integrantes.

Esses dias, nas conversas às 5h da manhã, exoneramos alguns ministros, criticamos governadores, prefeitos, deputados, vereadores, além, claro, de nós mesmos. Nas divergências de ideias e posicionamento, natural entre seres humanos, às vezes, o “pau come” nas conversas.

Mas nada do que alguns metros mais de endorfina possam acalmar e logo logo o humor volta a reinar sob o céu azul do Jardim de Alah. Quando os conhecimentos gerais esgotam, vamos para os específicos. Temos todo tipo de profissional na turminha: economista, empresário, administrador, arquiteto, marqueteiro, jornalista e publicitário.

Temos aula de química, física, biologia, português, história, política e economia. Se temos alguma dúvida, temos até uma enciclopédia ambulante, uma mistura de Delta Larousse com a Barsa, algo que talvez a geração Google nem imagina do que se trata.

Mas tem um que nem precisa de enciclopédia, muito menos de Google, porque se ‘auto-nomeou’ o marqueteiro do universo e, como é de conhecimento público, marqueteiro sabe de tudo. Tem também o ‘botafogo’, que coloca a todos nós em apuros.

Temos também um grande conhecedor da alta gastronomia, sommelier de vinhos, carinhosamente chamado de ‘come-come’. Entre aqueles que não esquecem que a vida é finita, nosso integrante ‘já morreu’ é o obituário de todas as manhãs. Ao lado dele está o ‘fila-boia’, que come de tudo na casa dos amigos e ainda sai reclamando. E não poderia faltar o galã, paquerador, chamado carinhosamente de ‘Dão’ por dona Marlene, que todas as manhãs passeia com seus cachorros e se depara com nossa turma.

E por último não poderia deixar de mencionar a nossa presidenta do grupo e eterna musa do pedaço, carinhosamente conhecida como Yó. Na parada para tomar uma água de coco com ‘seu’ Jaris, nos hidratamos, fazemos aquela pausa e voltamos às casas para nos prepararmos a mais um dia de trabalho. As conversas das manhãs ressoam durante todo o dia e, se lembramos de algo para falar, é importante não mandar um WhatsApp ou dar um telefonema. Guardamos para o dia seguinte. Antes do sol nascer, o despertador nos levanta e a turminha já está pronta para um novo encontro sob a leve brisa da manhã no Jardim de Alah.

21 de setembro de 2021, 17:52

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