Abrasel cobra decisão rápida do governo sobre volta do horário de verão

Da Redação
Com a perspectiva de seca prolongada nas principais bacias hidrográficas do país e risco de sobrecarga no sistema elétrico, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) voltou a defender o retorno do horário de verão. A entidade pressiona o governo federal por uma decisão rápida sobre a medida, suspensa desde 2019.
Estudos do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden) apontam que regiões como Paraná, São Francisco e Tocantins enfrentam estiagens severas há mais de uma década, em parte agravadas pelas mudanças climáticas. O problema, somado à intensificação da seca em estados como São Paulo, Minas Gerais e Pará, aumenta a demanda por irrigação, pressiona a geração de energia e expõe fragilidades nos cálculos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que não incorporam cenários climáticos extremos.
Para a Abrasel, a retomada do horário de verão seria uma resposta simples e de baixo custo diante desse quadro. “O horário de verão vigorou no Brasil por 34 anos, e foi uma medida extremamente exitosa. Ele ajudou a economizar energia, reduziu riscos sistêmicos e favoreceu o setor de comércio e serviços, especialmente bares e restaurantes. Este ano, o risco é ainda maior. O ONS aponta que a chance de interrupção do fornecimento subiu de 10% para 30% entre 2026 e 2027, o que seria inaceitável”, disse Paulo Solmucci, presidente-executivo da associação.
O dirigente também criticou a demora do governo em tomar posição. “Quando vigorou o horário de verão, observamos que entre 18h e 21h o faturamento do setor de bares e restaurantes chegava a crescer. O setor de varejo também se beneficiava, com grandes redes relatando aumento de 3%, 4% ou até 5% nas vendas, isso sem falar na movimentação no setor turístico. Portanto, esperamos uma decisão rápida, para que toda a população se planeje e a sociedade possa aproveitar ao máximo os benefícios dessa medida”, afirmou.
Segundo a entidade, a maior disponibilidade de luz natural no início da noite aliviaria a pressão sobre o consumo de energia em horários de pico, evitando o acionamento de usinas termelétricas e, ao mesmo tempo, favorecendo o comércio, bares e restaurantes, que poderiam registrar alta mensal de até 15% no faturamento.