sábado, 20 de abril de 2024

Após ameaça de exposição por Antônia Fontenelle, atriz Klara Castanho divulga carta e revela ter sido vítima de estupro

Foto: Divulgação

Da Redação

Uma onda de indignação contra a apresentadora e atriz Antônia Fontenelle e de apoio e solidariedade a também atriz Klara Castanho tomou conta da internet entre a noite de ontem a a madrugada de hoje.

Klara, conhecida por interpretar papéis mirins na Rede Globo, se viu obrigada a divulgar uma carta aberta, em que revelou que engravidou após um estupro. Ela entregou a criança para a adoção.

Antônia Fontenelle, sem citar nomes, ameaçou contar a história, o que motivou a divulgação da carta. “Sempre mantive minha vida afetiva privada, assim, expô-la dessa maneira é algo que me apavora e remexe dores profundas recentes, No entanto, não posso silenciar ao ver pessoas conspirando e criando versões sobre uma violência repulsiva e de um trauma que sofri. Fui estuprada”, começou Klara.

No relato, ela conta que o abuso aconteceu quando ela estava longe da família, em outra cidade, e que optou por não fazer o boletim de ocorrência por se sentir envergonhada e culpada. A descoberta da gravidez aconteceu pouco antes do parto, após a atriz passar mal.

“Fiz uma tomografia e, no meio dela, o exame foi interrompido às pressas. Fui informada que eu gerava um feto no meu útero, Sim, eu estava quase no término da gestação quando soube. Foi um choque. Meu mundo caiu. Meu ciclo menstrual estava normal, meu corpo também. Eu não tinha ganhado peso e nem barriga. Naquele momento do exame, me senti novamente violentada e novamente culpada”, contou.

De acordo com ela, o médico que a atendeu teria dito que ela seria obrigada a amar o bebê. Já uma enfermeira teria abordado a atriz após o parto ameaçando contar para a imprensa.

“Era demais para processar, para aceitar e tomei a atitude que considero mais digna e humana. Eu procurei uma advogada e conhecendo o processo, tomei a decisão de fazer uma entrega direta para adoção. Passei por todos os trâmites: psicóloga, ministério público, juiz, audiência – todas as etapas obrigatórias. Um processo que, pela própria lei, garante sigilo para mim e para a criança”, contou.

A atriz prossegue afirmando que “ser pai e/ou mãe não depende tão somente da condição econômico-financeira, mas da capacidade de cuidar. Ao reconhecer a minha incapacidade de exercer esse cuidado, eu optei por essa entrega consciente e que deveria ser segura”.

Na carta, Klara afirma que tudo o que fez foi pensando em resguardar a vida e o futuro da criança, “que merece ser criada por uma família amorosa, devidamente habilitada à adoção, que não tenha as lembranças de um fato tão traumático”.

A atriz finalizou afirmando que está sendo amparada por sua família e que está cuidando de sua saúde mental e física. “Minha história se tornar pública não foi um desejo meu, mas espero que, ao menos, tudo o que me aconteceu sirva para que mulheres e meninas não se sintam culpadas e envergonhadas pelas violências que elas sofrem”, concluiu.

Ameaça

Em uma live, a atriz e apresentadora Antônia Fontenlle ameaçou contar a história de uma ex-atriz mirim que havia tido um filho de entregue para adoção. A atriz não chegou a citar o nome de Klara, mas criticou a atitude, afirmando que “ela não quis olhar no rosto da criança”. Afirmou ainda, sem base legal, que se trata de “abandono de incapaz”.

O colunista Leo Dias, do site Metrópoles, repercutiu a história. Horas depois, a diretora de redação do veículo, Lilian Tahan, se pronunciou pelas redes sociais, e afirmou que o texto foi retirado do ar.

26 de junho de 2022, 11:11

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