domingo, 27 de julho de 2025

Após aparecer entre as cidades mais violentas do Brasil, Camaçari divulga balanço para tentar suavizar cenário

Foto: Juliano Sarraf

Da Redação

Um dia após a divulgação de um levantamento nacional que aponta Camaçari como uma das cidades mais violentas do Brasil, a Prefeitura do município correu para apresentar dados que indicariam uma melhora no cenário local.

Em release enviado à imprensa nesta quarta-feira (24), a gestão do prefeito Luiz Caetano (PT) informou que o número de homicídios caiu 16,3% no primeiro semestre de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024.

De acordo com os dados do 12º Batalhão da Polícia Militar, Camaçari registrou 77 homicídios nos primeiros seis meses deste ano, contra 92 no ano passado. A divulgação vem na esteira do estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, publicado na terça-feira (23), que revelou que cinco das dez cidades mais violentas do país estão na Bahia — entre elas, Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador.

O levantamento considera os dados oficiais de Mortes Violentas Intencionais (MVI), como homicídios e latrocínios, cruzados com a estimativa populacional do IBGE.

Apesar da tentativa de demonstrar avanços, os números absolutos e a posição da cidade no ranking nacional geraram forte repercussão negativa, pressionando a gestão municipal e o governo do estado. A resposta do Executivo local tenta reforçar a narrativa de que há esforços conjuntos entre as esferas de poder para enfrentar a crise da segurança pública.

A prefeitura citou que, apenas em junho e julho, o novo comandante do 12º BPM, tenente-coronel Roberto Pinto de Castro, promoveu 38 prisões em flagrante, apreendeu oito armas de fogo e registrou 46 ocorrências com drogas. O oficial assumiu o batalhão há apenas 43 dias.

Além da atuação policial, a administração municipal destacou ações sociais e educativas, como a adesão ao programa estadual Bahia pela Paz, que atua em áreas de alta vulnerabilidade com equipes multidisciplinares, e a formação de mais de 1.200 alunos pelo Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd). A gestão também lançou o projeto Guardiões Escolares e criou o Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM) para integrar ações de segurança com outras esferas do poder público.

“Temos mantido um diálogo constante com a Polícia Militar, Polícia Civil, o Governo do Estado. Essa é uma das agendas mais desafiadoras, por conta disso precisamos dessa unidade para cuidar da cidade e de quem vive aqui”, afirmou o prefeito Luiz Caetano.

Nos bastidores, entretanto, a divulgação do levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública acendeu o sinal de alerta em lideranças locais. A violência crescente é apontada como um dos temas mais sensíveis para a disputa eleitoral de 2026, especialmente em cidades como Camaçari, que concentram áreas urbanas densas e desafios sociais complexos.

Além de Camaçari, outras quatro cidades baianas figuram entre as dez mais violentas do Brasil, segundo o Atlas da Violência 2024, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública: Jequié, Santo Antônio de Jesus, Simões Filho e Juazeiro. O levantamento reforça o cenário alarmante da segurança pública no estado e evidencia a urgência de políticas eficazes para enfrentar a escalada da criminalidade em diversas regiões da Bahia.

25 de julho de 2025, 16:41

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