Bahia pode perder até 50 mil toneladas de manga com nova tarifa dos EUA, aponta Faeb

Da Redação
A fruticultura baiana está sob ameaça com a iminente aplicação de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, prevista para entrar em vigor no próximo dia 1º de agosto. De acordo com informações do Correio, a medida pode comprometer a exportação de até 50 mil toneladas de manga produzidas no Vale do São Francisco, principal polo da fruta na Bahia.
Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Humberto Miranda, a situação é crítica. “A colheita começa em setembro. Estamos falando de um produto altamente perecível e não há tempo hábil para encontrar mercados alternativos. Se essa loucura continuar, outros mercados serão abertos, mas a fruticultura é emblemática e urgente para evitar desemprego e insegurança na atividade”, afirmou, em entrevista ao Correio.
A possível perda está ligada aos desafios logísticos e à alta dependência do mercado norte-americano, que absorve cerca de 60% da produção baiana da fruta, como destacou a reportagem. Os Estados Unidos são o segundo maior comprador da manga produzida no estado, atrás apenas da União Europeia, onde a Holanda funciona como principal porta de entrada para outros países do bloco, como Alemanha e França.
A produção no Vale do São Francisco, especialmente nos municípios de Juazeiro e Casa Nova, exporta cerca de 20% de sua manga exclusivamente para os Estados Unidos durante a chamada janela de exportação, que dura cerca de quatro meses – do fim de julho a meados de novembro. No ano passado, foram exportadas 36 mil toneladas, mas a expectativa para 2025 era retornar à média histórica de 48 mil a 50 mil toneladas no período.
Com o impasse comercial entre os governos brasileiro e norte-americano, produtores temem prejuízos expressivos, incluindo a necessidade de redirecionar rapidamente a produção, o que é considerado inviável no curto prazo, especialmente para uma fruta tão perecível. A frustração das expectativas de exportação pode gerar impactos econômicos e sociais significativos na região.