domingo, 13 de julho de 2025

Bahia será o segundo estado mais afetado no Nordeste por nova tarifa dos EUA sobre exportações

Foto: Agência Brasil

Da Redação

A Bahia deverá ser o segundo estado do Nordeste mais impactado pela nova tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A estimativa é da Coordenação de Estudos, Pesquisas, Tecnologia e Inovação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), que realizou um levantamento para avaliar os possíveis reflexos econômicos da medida na região.

De acordo com o estudo, os estados do Ceará, Bahia e Maranhão concentram as maiores exportações nordestinas para os EUA em 2025 e, portanto, sofrerão os efeitos mais diretos da taxação. Somente no primeiro semestre deste ano, as exportações do Nordeste para o mercado norte-americano somaram US$ 1,58 bilhão (cerca de R$ 8,7 bilhões). Desse total, Ceará, Bahia e Maranhão foram responsáveis por 84,1%.

No caso baiano, os principais produtos exportados para os Estados Unidos são cacau, óleos, pneumáticos e frutas. Segundo o estudo da Sudene, o setor do cacau deve ser um dos mais afetados, com exportações da ordem de US$ 46 milhões. O segmento de pneumáticos também aparece entre os mais vulneráveis, com US$ 42 milhões negociados com o mercado norte-americano.

No Ceará, os destaques da pauta exportadora são aço, frutas, pescados e calçados — itens com valor agregado médio que, segundo o coordenador da pesquisa, Farias, tendem a perder competitividade diante da nova taxação. Já no Maranhão, as exportações se concentram principalmente em pastas químicas e minérios.

A medida dos EUA, que deve entrar em vigor ainda este ano, acendeu o alerta entre produtores e autoridades brasileiras. O governo federal já anunciou que poderá acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) e recorrer à Lei da Reciprocidade para conter os impactos da taxação.

11 de julho de 2025, 13:12

Compartilhe: