Brasileiro voluntário na guerra da Ucrânia desabafa nas redes após ser enviado ao front: “Não estou preparado”
Da Redação
O brasileiro Lucas Felype Vieira Bueno, de 20 anos, natural de Francisco Beltrão (PR), usou as redes sociais para relatar a difícil situação que enfrenta após se alistar como voluntário na guerra da Ucrânia. Interessado em atuar na área de tecnologia militar, especialmente com drones, ele afirma que, ao chegar ao país, foi direcionado para funções de combate na linha de frente — sem seu consentimento.
Em vídeo publicado na última sexta-feira (25), Lucas afirmou que sua intenção era “ajudar de forma técnica”. No entanto, ao desembarcar na Ucrânia, sua realidade mudou. “Desde que cheguei aqui, tudo mudou. Estão colocando uma arma na minha mão e me levando para uma zona de guerra sem meu consentimento”, desabafou.
Segundo ele, após sua chegada, passou a ser gradualmente deslocado para tarefas ligadas à infantaria — setor responsável por operações em solo — e foi enviado à cidade de Kharkiv, uma das regiões mais afetadas pelos combates. “Disseram que é treinamento, mas eu não acredito mais nisso”, declarou.
Lucas também relatou que tentou cancelar o contrato firmado com o Ministério da Defesa da Ucrânia, assinado em junho, mas foi informado de que o documento tem validade de três anos e não pode ser rescindido nos primeiros seis meses.
Ainda no relato, o jovem afirmou não estar preparado, nem física nem psicologicamente, para participar de confrontos armados. Ele revelou ter sido aconselhado por outros combatentes a deixar a linha de frente. “As pessoas que estiveram no front falam: se conseguir, fuja. Ninguém está preparado verdadeiramente para o front”, contou.
A situação expõe os desafios enfrentados por voluntários estrangeiros envolvidos no conflito e levanta questionamentos sobre os procedimentos adotados pelas autoridades militares ucranianas com relação a estrangeiros alistados.
